Durante expedição ao Golfo da Califórnia, no México, um robô subaquático de operação remota flagrou o que pareciam ser amontoados de espaguete no fundo do mar. Essas massas misteriosas acabaram sendo um tipo espetacular de animal marinho: vermes do gênero Biremis.

Esta criatura desgrenhada era anteriormente conhecida apenas nas Bahamas. Após um exame mais aprofundado e testes de DNA, especialistas do Scripps Institution of Oceanography descobriram que tratava-se de uma nova espécie de Biremis.

Este animal marinho não tem olhos nem guelras e carece de cerdas ao longo de seus segmentos corporais. Também é incomum porque seus tentáculos são inflados, dando-lhe a aparência que chamou a atenção dos pesquisadores. As espécies do Golfo da Califórnia vivem nas profundezas, com a maioria das observações tendo sido feitas a mais de 2.000 metros. O animal ainda não foi descrito, mas a equipe espera publicar formalmente uma descrição detalhada na literatura científica após descobrir mais sobre sua aparência, genética e história natural.

Macarronada bizarra

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Vermes de espaguete são um tipo de verme poliqueta da família Terebellidae. A ciência já descreveu cerca de 400 espécies diferentes de terebelídeos, que são encontradas em todo o mundo. Eles são relativamente comuns e têm como característica mais notória seus numerosos tentáculos sulcados para alimentação. Como outros terebelídeos, o Biremis vive no fundo do oceano, mas enquanto a maioria vive em tocas, esta espécie foi observada descansando no fundo do mar ou nadando logo acima dele. Nadar livremente permite que o verme se mova facilmente e encontre novos lugares para se alimentar. O animal marinho usa seu farto feixe de tentáculos não-retráteis para coletar partículas orgânicas que se depositam no fundo do mar.

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Um dos próximos passos é nomear a espécie. Embora pareça ser um processo simples, na verdade leva muito tempo, já que é necessário coletar espécimes, examinar as principais características que distinguem cada espécie e sequenciar o DNA para, só assim, atribuir-se um nome científico.

Embora a maioria das espécies que vivem nas profundezas do oceano seja desconhecida, esses animais não escapam das consequências da ação humana. Ameaças como pesca excessiva, poluição e mudanças climáticas também se estendem às águas profundas e põem em risco o futuro dessas espécies. Assim, os esforços de cientistas para documentar a diversidade da vida neste domínio estão lançando as bases para entender como essas ameaças afetam as comunidades do fundo do mar.

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