Segundo a teoria apresentada pelo arqueólogo, Juan Yadeun Angulo, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, há evidências do uso de cinzas para fazer bolas na cidade histórica Maia de Toniná, no sul do México. A equipe de Angulo descobriu uma cripta de 1.300 anos, no local em 2020, sob a pirâmide chamada Templo do Sol, que abrigava cerca de 400 vasos preenchidos com materiais orgânicos, como cinzas, carvão e borracha natural.

Além disso, havia a presença de ingredientes usados no processo de vulcanização, o que aumentou as suspeitas do arqueólogo. Esculturas e uma antiga quadra de bolas perto da pirâmide também foram estudadas, e foi através desse escrutínio que os pesquisadores descobriram quem era o governante do local. Havia naquele lugar dois registros, em hieróglifo Maia. Um de Wak Chan Káhk, que morreu no dia 1 setembro do ano 775 d.C., e o outro de uma mulher chamada Lady Káwiil Kaan, que teria sido alguém de alto escalão, que morreu no ano 722 d.C.

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Os arqueólogos suspeitam que foram das cinzas destes dois indivíduos que as bolas de borracha foram confeccionadas. Durante uma entrevista por e-mail, para a Live Science, Juan Angulo, declarou que no “Popol Vuh”, um registro que discorre sobre a criação da cultura Maia, há uma referência sobre a existência de uma quadra para jogar bola no submundo, na qual a bola usada nos jogos era a cabeça de humanos ou deuses.

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Outras evidências encontradas por Angulo, que podem corroborar com sua pesquisa, foram esculturas que representam cativos dentro de bolas de borracha sendo jogados por um homem ricamente vestido.

Discordância entre os especialistas

Entretanto, nem todos os pesquisadores da área concordam com as hipóteses de Angulo.

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A professora de antropologia da Universidade da Flórida, Susan Gillespie, disse que “olhando através das informações que encontrei, não há evidências reais apresentadas de que bolas de borracha foram criadas para incluir os restos cremados dos governantes maias”. Ela complementa afirmando que não leu nada sobre essas inclusões.

O professor de antropologia da Universidade Estadual de Michigan, Gabriel Wrobel, relatou ao Live Science, que de fato “tal prática é certamente consistente com os complexos e muitas vezes prolongados rituais funerários dos Maias que foram documentados”.

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Para o professor de antropologia biológica da Universidade Estadual do Tenesse, William Duncan, “é certamente plausível que os restos humanos tenham sido incluídos em bolas de borracha”. “Os restos humanos foram usados em uma gama incrivelmente ampla de contextos e práticas para os maias antigos”, pontuou.

Todos os especialistas concordam que ainda é muito cedo para chegar a alguma conclusão concreta, são necessárias mais informações e evidências sobre o tema para que algo seja efetivamente divulgado.

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