As mudanças climáticas são uma preocupação global e vemos seus impactos cada vez mais ao nosso redor. Um dos animais que está sofrendo muito com esse fenômeno é a abelha. Segundo dois estudos publicados no Journal of Animal Ecology, as consequências são tão drásticas a ponto de deformar os corpos desses insetos.

Os cientistas analisaram espécimes de abelhas de todo o Reino Unido e concluíram que os machos, também conhecidos como ‘zangões’, estão apresentando assimetrias nas suas asas em decorrência do estresse causado pelas mudanças climáticas.

“Condições quentes e úmidas expõem os zangões a um maior estresse, e o fato de essas condições estarem se tornando mais frequentes sob as mudanças climáticas significa que os zangões podem enfrentar um cenário difícil no século 21”, afirma Richard Gill, professor do Imperial College London e coautor de um dos estudos sobre o tema.

Um perigo para todos

Os insetos são os principais atores no processo de polinização que torna possível a reprodução de muitas espécies de plantas. Logo, danos às asas dos zangões podem comprometer sua capacidade de carregar o pólen de uma planta à outra, assim afetando ecossistemas inteiros.

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Um estudo da University College London concluiu que as mudanças climáticas e o uso indiscriminado das terras agrícolas já foram responsáveis por uma redução de 49% no número de insetos em várias regiões do planeta, principalmente nas mais devastadas.

As consequências também podem ser drásticas para o sustento da vida humana: segundo a ONU, 75% das 115 principais culturas dependem da polinização animal, incluindo amêndoas, cerejas, cacau e café.

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Professor da Universidade de Suffolk e coautor de um dos estudos publicados na Journal of Animal Ecology, Andres Arce conta que a finalidade do projeto é entender como os zangões reagem a mudanças climáticas específicas para que possamos nos antecipar a eventos futuros e ajudar a apoiar a saúde das abelhas.

“Esperamos ser capazes de prever onde e quando os zangões estarão em maior risco e direcionar ações efetivas de conservação”, afirma Arce. 

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