Pesquisadores encontraram centenas de fósseis de sapos que viveram há 45 milhões de anos, em uma vala comum na costa do vale Geiseltal, na Alemanha. Apesar da descoberta, os cientistas ainda não sabiam o motivo de tantos animais terem morrido em um mesmo local. Agora, isso parece ter sido revelado e o motivo é bastante inusiado.

Um novo estudo encontrou uma possível explicação. Segundo os paleontólogos, os sapos morreram de exaustão durante o acasalamento. Para chegar a essa hipótese, eles tiraram fotos, fizeram desenhos e analisaram os fósseis para saber quantos ossos ainda estavam no lugar e quais ossos e articulações ainda estavam presos.

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A partir desses dados, foi possível revelar o que aconteceu com os sapos após sua morte, bem como desvendar a razão do óbito. Outra evidência encontrada foi que a maioria dos sapos fossilizados morreram em eventos de mortalidade em massa.

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Alguns cientistas chegaram a considerar que os sapos morreram quando os lagos secaram, o que reduziu rapidamente o nível de oxigênio. Entretanto, essa hipótese foi refutada, pois os sapos poderiam facilmente ter chegado a lagos próximos para evitar a morte. Além disso, alguns dados coletados indicam que as carcaças de sapo flutuaram na água por algum tempo antes de afundarem no fundo do lago, fato que demonstra que o lago, na realidade, não secou.

Fotografia de um sapo geiseltal antigo. Créditos: Daniel Falk

Cabe destacar que os sapos vivem, majoritariamente, na terra, indo aos lagos apenas para acasalar. A espécie encontrada em Geiseltal acasalou com vários outros sapos durante a temporada de acasalamento muito curta que, em algumas espécies tropicais modernas, dura apenas algumas horas.

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Por que o sexo pode ser a causa da morte desses animais?

Durante o sexo, esses indivíduos pode ser regularmente abatidos pela exaustão e morrerem afogados. Sapos fêmeas correm maior risco de afogamento, pois muitas vezes elas são submersas debaixo d’água por um ou mais machos. Ainda hoje, túmulos de sapos em massa são encontrados em rotas migratórias e perto ou em lagoas de acasalamento. Esta situação provavelmente se repetiu em Geiseltal.

As carcaças foram movidas por correntes leves nos lagos pantanosos e afundaram até o fundo nas regiões frias, que evitaram a decomposição e mantiveram muitos esqueletos em boas condições. Em alguns esqueletos até mesmo ossos pequenos, como ossos de dedos ou ossos do dedo do dedo ainda estão bem definidos.

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Depois de meses estudando esses fósseis e analisando o que se sabe sobre seus estilos de vida, os pesquisadores chegaram à conclusão que alguns sapos podem ter congelado até a morte, morrido de doenças ou de velhice. Entretanto, descobrir se isso é real, é muito difícil. É muito mais comum que os humanos levem esses animais à morte, ao destruírem seu habitat, poluindo fontes de água e espalhando doenças.

Alto risco de extinção

Apesar de os sapos terem sobrevivido a várias mudanças climáticas e eventos de extinção em massa na Terra, algumas espécies de fato foram extintas. Em 2021, uma das poucas espécies de sapos remanescentes de uma antiga linhagem de anfíbios foi declarada provavelmente extinta, não tendo sido vista em 60 anos. Um relatório da ONU de 2019 declarou que os sapos estão entre os amais atingidos pela crise da natureza.

Via: The Conversation

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