A dieta cetogênica vem ganhando espaço há algum tempo dentre as opções de alimentação do público fitness e celebridades. Agora, um estudo publicado no periódico European Journal of Clinical Nutrition apontou que o estilo de regime pode ser interessante e benéfico especialmente para pessoas com doenças neurológicas, como no caso do Alzheimer

A dieta cetogênica é um tipo mais restrito da já conhecida dieta low carb, ou seja, ela elimina ao máximo o consumo de carboidratos, mantém a ingestão de proteínas de forma moderada e aposta primordialmente em gorduras boas. Para quem não sabe, a alimentação já é muito utilizada para tratar crises de epilepsia, sendo também recomendada para pacientes que sofrem de obesidade, diabetes, alguns casos de câncer (pelo fato de as células cancerígenas se alimentarem de carboidratos) e lipedema – fizemos uma matéria bem completa sobre essa síndrome, confira aqui. 

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Alzheimer. Imagem: Shutter-e-Atthapon
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De acordo com o atual estudo, uma revisão de 63 pesquisas publicadas entre 2004 e 2019 por pesquisadores da Universidade de Deusto, na Espanha, a dieta foi associada a uma preservação das funções cognitivas dos participantes. Os cientistas se basearam justamente nos bons resultados que o tipo de dieta demonstrou em pacientes que tinham convulsões. O levantamento também verificou o modo de alimentação e a relação com o Parkinson e a diabetes tipo 1 – apesar de particularidades entre as doenças, o artigo de revisão confirmou que elas compartilham semelhanças, como o estresse oxidativo e a neuroinflamação, e que o tipo de alimentação pode trazer o mesmo benefício a todas (em relação aos processos de cognição). 

“A dieta cetogênica não pode ser concebida como uma dieta milagrosa ou como a cura para doenças. No entanto, incentivar a pesquisa sobre seus benefícios cognitivos pode nos fornecer uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos”, afirmaram os autores da pesquisa. 

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Epilepsia e crianças 

Conforme divulgado pelo O Globo, um estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology dividiu dois grupos de crianças epiléticas em que um adotou a dieta cetogênica e outro não. Ao final de três meses, aquelas que passaram pela mudança na alimentação tiveram uma redução de, em média, 75% nas convulsões. Para 7% dos que adotaram a dieta, a diminuição chegou a ser de 90%. 

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Um outro estudo, agora de pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, analisou 14 idosos com comprometimento cognitivo leve, em que parte também adotou a dieta cetogênica. Os resultados mostraram benefícios modestos, mas significativos quando relacionados aos testes de memória. Esse artigo foi publicado no periódico Journal of Alzheimer’s Disease. 

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“Se pudermos confirmar essas descobertas preliminares, o uso de mudanças na dieta para mitigar a perda cognitiva na demência em estágio inicial seria um verdadeiro divisor de águas. É algo que mais de 400 medicamentos experimentais não foram capazes de fazer na clínica ensaios”, explicou o professor de psiquiatria e autor do estudo, Jason Brandt. 

Vale destacar que alterar a alimentação para o estilo cetogênico é uma mudança brusca e agressiva, assim, é imprescindível a orientação de um médico, além de seu acompanhamento. Para algumas pessoas, como grávidas, pacientes com problemas renais ou de fígado e que sofram de transtornos alimentares, a dieta cetogênica não é indicada. 

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