O presidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, comandou nesta sexta-feira (9) a coletiva de imprensa mensal da associação que revela os resultados da auto indústria brasileira em agosto.

Logo de cara, o destaque foi o recorde de produção de veículos no mês: 238 mil unidades, incluindo o ramo de máquinas agrícolas —  um salto de 8,7% sobre julho e de 43,9% sobre agosto do ano passado.

Pela primeira vez, todo o acumulado de produção registrado em 2021 também foi superado: 1.549 milhão, contra 1.479 milhão, um crescimento de 4,7%. 

Números mensais de produção e vendas da indústria automotiva brasileira em 2022. Imagem: ANFAVEA/Reprodução

Nas vendas, o retrospecto também foi positivo. Agosto de 2022 superou os números vistos nos últimos 19 meses, destaca o levantamento. Foram 209 mil veículos vendidos, com uma média diária de 9,1 mil emplacamentos — como comparativo, em agosto de 2021 foram 173 mil, um salto de 20,7% nos resultados deste ano.

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Vale notar ainda que esta foi a primeira vez no ano que esse indicador superou a barreira das 200 mil unidades, ressalta o executivo, que lembrou da crise dos chips, que continua impactando o mercado.

“Em agosto, pela primeira vez em um ano e meio, conseguimos operar sem nenhuma fábrica completamente parada. O fluxo de semicondutores finalmente começa a melhorar, embora ainda estejamos passando por um período de restrições de oferta”, avalia o Presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite.

Por fim, a exportação também acompanhou o saldo positivo, com quase 47 mil unidades enviadas a outros mercados, uma elevação de 11,7% sobre junho e de 59% sobre agosto de 2021. No acumulado do ano até aqui, foram 335 mil veículos exportados, superando até 2019, o último ano antes da pandemia.

Emplacamentos por combustível

Acumulado de janeiros a agosto de emplacamentos por combustível. Imagem: ANFAVEA/Reprodução

No acumulado de emplacamento por combustível até agosto, os veículos flex continuam dominando, com uma fatia acima de 80%, seguidos de longe pelo diesel e automóveis movidos a gasolina. Os dados de elétricos e híbridos, por sua vez, permanecem quase iguais aos do ano passado, 0,4% e 1,9% contra 0,1% e 1,5%, respectivamente.

Venda anual de veículos híbridos e elétricos desde 2017. Imagem: ANFAVEA/Reprodução

Ainda assim, a curva de emplacamentos de veículos com novas tecnologias de propulsão continua subindo ano a ano, de 4,2 mil unidades em 2019 para 27,9 mil até aqui em 2022. O que mostra que o interesse pelos eletrificados está aumentando.

Venda anual de caminhões e ônibus elétricos e a gás de 2017 até 2022. Imagem: ANFAVEA/Reprodução

Algo que também vale ser destacado é o salto nas vendas de caminhões e ônibus elétricos e a gás de janeiro a agosto. Foram 119 mil unidades vendidas em 2021 contra 774 mil no mesmo período, cerca de 6,5 vezes mais.

Por fim, o presidente da ANFAVEA destacou que o governo está buscando parceiros no exterior para atender a demanda da indústria por semicondutores, com possibilidade de investir na fabricação local de chips. Outra meta é continuar fomentando a eletrificação da frota de veículos nacional, algo que já vem sendo feito em outros países. O estado da Califórnia, por exemplo, já tem data para barrar como lei a venda de veículos a combustão, uma decisão que pode mudar o jogo no mercado global de automóveis.

Vale lembrar que no ano passado a associação também apresentou o “ANFAVEA: O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo”, um estudo que revela o que esperar da motorização veicular do Brasil no futuro.

Dentre as conclusões, ficou claro que o Brasil precisa se integrar aos esforços globais para reduzir a emissão de gases. Dependendo das medidas adotadas, é esperado que os veículos leves eletrificados respondam por 12% a 22% das vendas em 2030 e de 32% a 62% em 2035. 

Resultados que ainda vão depender de um investimento estimado de R$ 150 bilhões pelos próximos 15 anos em tecnologia e infraestrutura, conclui o estudo.

Veja também:

Mais de 21 mil carros vendidos no início de setembro 

A boa maré do mercado nacional de veículos continua em setembro. Segundo os dados registrados até segunda-feira, 5 de setembro, foram 21.107 carros vendidos, incluindo a categoria de comerciais leves. 

Quem lidera o ranking é a Fiat. A marca italiana respondeu sozinha por uma fatia de 19,8% das vendas, enquanto a GM, segunda colocada, ficou com 17,7%. A Volkswagen ficou em terceiro (14,1%) e a sul-coreana Hyundai em quarto (11,6%).

No acumulado de vendas anual, a Fiat também está em primeiro, com 21,98% e a GM em segundo (14,42%).

Imagem principal: Joa Souza/Shutterstock

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