Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, conseguiu criar o material mais frio do universo. Sua temperatura equivale a um bilionésimo de grau acima do zero absoluto, o que o torna mais gelado até mesmo que os materiais encontrados no espaço distante, como na Nebulosa do Bumerangue, a 3 mil anos-luz da Terra.

O experimento usou férmions – nome dado a qualquer partícula que constitui matéria, incluindo prótons, nêutrons e elétrons -, mais especificamente, átomos do elemento itérbio, que foram resfriados a uma temperatura muito próxima do zero absoluto, o número hipotético no qual todo movimento atômico cessaria.

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“A não ser que uma civilização alienígena esteja realizando experimentos similares no momento, esta empreitada da Universidade de Kyoto está criando os férmions mais frios do universo”, afirma Kaden Hazzard, pesquisadora da Universidade de Rice, no Texas, que fez parte do estudo.

Frio no laboratório

A equipe utilizou lasers para resfriar a matéria ao restringir o movimento de 300 mil átomos contidos em uma rede óptica. O experimento simula um modelo de física quântica proposto pelo físico teórico John Hubbard em 1963, no qual átomos podem exibir propriedades quânticas anormais, incluindo comportamentos coletivos entre elétrons, como a supercondutividade (habilidade de conduzir eletricidade sem perder energia).

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“A vantagem de atingir temperaturas tão frias é que a física realmente muda”, diz Hazzard. “Ela começa a adentrar mais a área da mecânica quântica, e aí você começa a ver novos fenômenos.”

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A equipe de pesquisadores também está desenvolvendo as primeiras ferramentas capazes de medir o comportamento demonstrado pela matéria à temperatura de um bilionésimo de grau acima do zero absoluto.

“Estes sistemas são bem exóticos e especiais”, conclui Hazzard.

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