Para a alegria dos fãs da famosa Esther, vivida por Isabelle Fuhrman, a “Órfã”, de 2009, está de volta, após 13 anos de espera. “Órfã 2: A Origem”, como foi intitulada a sequência no Brasil, chega aos cinemas na próxima quinta-feira (15) e promete revelar o passado da personagem que ganhou o público e a crítica com sua atuação e história cabulosa. O Olhar Digital, no entanto, pôde conferir o filme com exclusividade nesta sexta-feira (9), e contamos tudo (sem spoilers) logo abaixo. Confira! 

Para quem não se lembra: a Órfã apresentou ao universo dos filmes de terror a Esther, uma psicopata homicida com nanismo que se aproveita da sua condição para fingir ser uma criança e aterrorizar a vida das famílias que a adotam. Bem sabemos que sequências de filmes de terror nem sempre dão certo devido a um certo desgaste ou esgotamento do tema – quando forçamos a barra, digamos -, infelizmente, “A Órfã 2” segue esse padrão, mas há ressalvas e reviravoltas que destacam o filme. 

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Isabelle Fuhrman é Esther em “Órfã 2: A Origem”. Imagem: Divulgação

O filme segue, fielmente, o espaço tempo do primeiro, mas não o considero melhor que o primeiro, são diferentes. O estilo trash continua mais vivo do que nunca e Esther se apresenta muito mais sanguinária, agressiva e psicótica – mostrando a que veio. O longa trilha o clichê até certo ato, quando ocorre o nosso famoso plot twist – plot twist é quando algo absurdamente inesperado, e que foge do padrão, acontece em filmes, série de televisão, quadrinho, jogo eletrônico ou outra obra narrativa. Achei interessante a mudança de rota, já que captou toda a minha atenção, arrisco dizer que foi algo a nível do que fizeram em “Maligno” (não tanto, mas se aproxima, aliás, assistam “Maligno”, de James Wan). A mudança no tom do filme, claro, não era esperada, mas o tipo de saída para conseguir dar um sentido à sequências é comum, e ficou muito bom, diga-se de passagem! 

No geral, o filme surpreendeu, mas também me dividiu em opiniões, bem como entre o público selecionado que estava assistindo (sim, eu presto atenção na reação das outras pessoas ao filme). Apesar das viradas no roteiro, e interpretação, novamente, impecável e penetrante de Fuhrman, a produção pecou nos efeitos especiais, dando ao filme um ar, por vezes, ‘tosco’ – e não estou falando do característico trash, que geralmente não se importa mesmo com técnicas, mas há uma cena, por exemplo (preciso citar para que entendam), que Esther desfila no fogo; como ela não se queima é um mistério. Mas levando em consideração que muita coisa ali é, sim, irreal (a não ser para o pessoal de true crime – Oi, gente! – que sabe que o caso foi baseado em uma história real), está tudo bem.  

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Além disso, sabemos que o Brasil tende a traduzir os títulos dos filmes no mais próximo do original, porém, nem sempre fica bom. No caso de “Órfã 2: A Origem” a expressão origem não faz jus. Quem assistir ao filme esperando uma explicação para Esther ter os problemas mentais que tem, ou quem são os pais delas, onde cresceu exatamente ou como foi parar no Instituto Saarne, vai se decepcionar! O longa não explicou nada disso, salvo o verdadeiro nome de Esther, já divulgado na sinopse: Leena Klammer. Porém, a confusão pode ser devido a tal tradução, já que o título original é “Orphan: First Kill”, algo como primeira morte ou primeira matança, em português. Assim o longa mostra as ações da personagem dois anos antes do primeiro filme – quando viveu com outra família, e não sua origem real. 

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Esther tocando piano no filme. Imagem: Divulgação

Outro ponto importante e que com certeza é a nuvem que paira sobre as cabeças dos fãs é: como a atriz de Esther irá interpretar a personagem ainda mais nova se na vida real ela está mais velha? É impossível não perceber que, apesar do segundo filme se passar anos antes do primeiro, quando Esther seria um pouco mais nova (com 9 ou 10 anos), ela aparenta ser mais velha. Isso porque a atriz mirim, obviamente, cresceu na vida real: quando Fuhrman fez a “Órfã” em 2009 ela tinha 12 anos, agora está com 25. 

Uma aposta interessante da produção é que eles preferiram não usar efeitos para deixar a atriz mais nova (o que achei de bom tom). Contudo, truques foram realizados e a própria atriz revelou alguns em seu Instagram; um deles foi que todo o elenco usava plataformas enormes para passar a impressão de que Esther ainda era uma criança, sendo menor que eles. 

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Veja abaixo a sinopse e o trailer de “Órfã 2: A Origem”: 

“Esther é uma mulher de 33 anos chamada Leena Klammer, que tem hipopituitarismo – um distúrbio hormonal raro que atrapalhou seu crescimento físico e causou nanismo proporcional. Ela passou a maior parte de sua vida se passando por uma garotinha. Na sequência, Lena Klammer orquestra uma fuga brilhante de uma unidade psiquiátrica russa e viaja para os Estados Unidos representando a filha desaparecida de uma família rica. Mas a nova vida de Lena como Esther vem com um problema inesperado e a coloca contra uma mãe que protegerá sua família a qualquer custo.” 

Vale destacar que é importante, sim, assistir ao primeiro filme para entender as referências do segundo. Se eu não assistir vou entender a história? Vai, mas vai perder algumas referências. Em resumo, a “Órfã 2” é um filme que vale a pena, tem seus prós e contras, claro, o que é comum, mas principalmente para a galera fã do gênero, e principalemente do filme original, pode ser uma boa pedida. 

Um adendo: a crítica internacional também se mostrou dividida entre as boas supresas do filme e algumas inconsistências, incluindo algumas que citei. O longa, de fato, não é um terror sufocante sobre espíritos, que geralmente ecoa em nossa mente durante à noite, mas ainda sim é um bom terror! Acrescento ainda que não acho que o enredo tenha solidez para continuar, citando novamente um tipo de exaustão do conteúdo (falo como consumidora).

“Órfã 2: A Origem” é dirigido por William Brent Bell (“Boneco do mal”) e tem, além de Fuhrman no elenco, Julia Stiles, Rossif Sutherland, Hiro Kanagawa e Matthew Finlan. Nos EUA, onde estreou em agosto, o longa recebeu classificação indicativa de 17 anos devido o conteúdo sangrento e linguagem inapropriada – no Brasil a produção ainda não recebeu o selo. O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de setembro. O primeiro filme, “A Órfã”, está disponível na HBO Max.

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