Tupirani da Hora Lores, radical religioso que lidera a igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, foi condenado pela Justiça Federal a 18 anos e 6 meses de prisão por crimes de racismo e ódio contra judeus.  

São conhecidos seis ataques, em um deles, durante um culto transmitido ao vivo pela internet, Tupirani disse que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”.  

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O pastor foi preso em fevereiro deste ano, mas sua condenação se deu no final de junho. “O réu se valeu de sua condição de pastor de uma comunidade religiosa para a prática do crime, o que incrementa o potencial de induzir os seguidores a agir de modo similar”, disse a juíza na decisão.  

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“As circunstâncias do crime são graves pois a violência do discurso repete-se com a expressa menção ao massacre de judeus, massacre este que, na visão do réu, ‘eles merecem'”, continuou a magistrada.  

Além dos ataques aos judeus, Tupirani também já fez declarações apoiando a discriminação de gays e fala abertamente sobre ser contra a vacina da Covid-19. Na ocasião da sua prisão, o pastor estava com uma camiseta escrita “Não sou vacinado”. 

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No começo da pandemia de Covid-19, ele publicou um vídeo afirmando que a doença seria “uma criação de Deus, invencível; porque contra a força de Deus não existe defesa; para massacrar a economia mundial e a riqueza das nações”. 

Pastor Tupirani
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Outros ataques

Está não é a primeira vez que Tupirani da Hora Lores é preso. Em 2009, o pastor foi detido junto de um fiel, de maneira preventiva, pelo crime de intolerância religiosa contra pais de santos – sacerdotes de religiões de matriz africana.  

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Após 18 dias preso, o radical religioso ganhou o direito de recorrer em liberdade e foi condenado a pagar 10 salários mínimos, além de prestar serviços comunitários. Ainda em 2009, Tupirani escreveu o livro “Sequestrado pela Democracia”, em que conta a história de sua detenção. 

 Na obra, o pastor se diz vítima de uma armação de Átila Nunes, classificado como “vereador macumbeiro” e aponta supostas religiões e orientações sexuais de delegados que participaram de sua detenção.  

Capa do livro  do pastor Tupirani
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Durante a narrativa, há um momento que o radical religioso lembra que foi interrogado pela delegada Helen Sardenberg e questiona sua capacidade por ser mulher. “Só mesmo neste país, mulher em comando, isto é uma vergonha”, escreveu. 

Em 2017, seguidores de sua igreja foram às ruas do Rio de Janeiro protestar contra imigrantes muçulmanos, chamando-os de “terroristas” e “pedófilos”. Em 2018, o grupo pichou a frase “Bíblia sim, Constituição não”, em vias públicas da cidade.  

Nas redes sociais, não existem perfis com o nome de Tupirani, mas muitos de seus seguidores fazem uso das plataformas para divulgar seus vídeos e manter os seus dizeres e “ensinamentos” em evidência.

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