Este sábado (10) é marcado pelo Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, tema que ainda é um grande tabu a ser quebrado no Brasil, que este mês vive o Setembro Amarelo, campanha contra o suicídio. Uma das principais vítimas desta condição é o adolescente, e se você tem um filho nessa faixa etária, é bom sempre ficar de olho em seu comportamento. Para te ajudar nessa observação, o Olhar Digital separou alguns sintomas suicidas que devem ser observados.

Antes de começarmos, é importante ressaltar que, caso seu filho apresente alguns dos sintomas citados, você deve procurar ajuda médica urgente. Pensamentos de tirar a própria vida pode atingir qualquer pessoa, desde um jovem até um ator de sucesso, como foi o caso do astro de Hollywood Shia LaBeouf.

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Sintomas de um adolescente com pensamentos suicidas

Para a terapeuta com experiência em prevenção de suicídio, Alex Karydi, os adultos podem aprender os sintomas entre os adolescentes. O primeiro passo é colocar a saúde mental do jovem como parte da saúde e bem-estar dela. Ou seja, além de realizar exames físicos de rotina, levar a criança no pediatra e etc…, também é importante fazer algum acompanhamento psicológico.

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suicídio
Imagem meramente ilustrativa. Crédito: Shutterstock

“O primeiro passo é não criar uma divisão entre o corpo e a mente”, disse Karydi, que lidera a assistência técnica para a Iniciativa de Estados e Comunidades do Centro de Recursos de Prevenção do Suicídio, ao Mashable.

A maior dificuldade para os pais é distinguir o comportamento normal do filho, que tem todo o direito de se irritar ou estar de mal-humor, de um comportamento que indica pensamentos suicidas. Para Karydi, adolescentes que escutam músicas tristes ou assistem filmes melancólicos não indica necessariamente que ele queira tirar a própria vida.

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Entretanto, se o jovem começar a se identificar com algum personagem que tentou ou morreu por suicídio, vale ficar em alerta. Essa conexão com alguém – mesmo que fictício – que teve ações suicidas, é conhecida como contágio.

O principal exemplo que a terapeuta usa é a série “13 Reasons Why”, da Netflix, que conta a história de uma adolescente que tirou a própria vida por causa do bullying que sofria na escola.

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“Se uma criança está assistindo [13 Reasons Why] e está olhando para a experiência daquela garota, e está dizendo ‘essa sou eu’, eles começam a se identificar demais com certas personalidades ou identidades que realmente terminam em morte ou aumento do sofrimento”, explicou Karydi.

Para além das telas, há outros indícios de que o adolescente pode estar com pensamentos suicidas, tais como aumento do uso de substâncias (álcool, drogas, remédios), isolamento social, problemas na escola, deixar de realizar atividades, afastamento dos amigos, aumento do conflito com os pais e explosões constantes de raiva.

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Vale ficar de olho, inclusive, no histórico de pesquisa do jovem na internet. Caso ele esteja buscando temas deprimidos ou frequentando fóruns que falem sobre suicídio, é importante que os pais busquem ajuda o mais rápido possível.

Identifiquei esses sintomas no adolescente, e agora?

O primeiro passo, óbvio, é procurar ajuda médica. O tratamento psicológico é fundamental para diminuir essa obsessão do adolescente em tirar a própria vida. Segundo Karydi, no então, os pais podem iniciar a ajuda ao filho. A terapeuta indicou um folheto desenvolvido pelo Columbia Lighthouse Project, uma iniciativa de prevenção ao suicídio liderada por pesquisadores da Universidade de Columbia, que serve como uma espécia de triagem.

Essa “triagem” é feita por meio de seis perguntas com instruções específicas:

  • 1) Você já desejou estar morto ou desejou poder dormir e não acordar?
  • 2) Você realmente pensou em se matar?
  • 3) Nas últimas semanas, você sentiu que você ou sua família estariam melhor se você estivesse morto?
  • 4) Nas últimas semanas, você desejou estar morto?
  • 5) Na última semana, você pensou em se matar?
  • 6) Você já tentou se matar?

É claro, porém, que você não deve chegar perguntando essas questões do nada, como se fosse uma entrevista. Elas devem ser feitas durante conversas com seu filho e de maneira suave, inseridas no contexto do diálogo.

Além da ajuda médica, se você tem pensamentos suicidas, ou identificou que seu filho adolescente (ou qualquer outra pessoa) está com comportamentos do tipo, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV). Seu número é 188.

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