Recentemente, um caso de alucinações envolvendo o medicamento Zolpidem viralizou na internet. Um jovem contou em seu Twitter que, após tomar o remédio, adquiriu dois pacotes de viagem por R$ 9,2 mil reais, mas não se lembra de ter realizado a compra (veja detalhes do caso aqui). O que pouca gente sabe é que o fármaco, considerado hipnótico, é apenas um dos que pode causar esse e outros tipos de reações no cérebro.

Vale já destacar que, no geral, o uso de medicamentos, sejam eles controlados ou não, trazem alguns efeitos colaterais que podem se manifestar nas pessoas. Enjoo, dores musculares, tonturas e dores de cabeça são algumas das reações mais comuns nos usuários.

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No caso dos chamados “medicamentos alucinógenos”, eles podem afetar o cérebro e o corpo com potencial para causar a perda do controle de algumas ações. As alucinações ocorrem quando você sente algo que não está realmente lá – e tê-las pode ser um efeito colateral assustador ao medicamento. Elas podem ser vistas, ouvidas, sentidas ou mesmo cheiradas, já que podem alterar todos os sentidos.

Medicamento pode ser a chave para impedir a propagação do vírus
Foto: fizkes/Shutterstock

Geralmente, alucinações são associadas com o uso de drogas, mas alguns medicamentos controlados e comuns também podem causar esses efeitos. Os que contêm hormônios para engravidar ou até mesmo pílulas anticoncepcionais, além dos medicamentos comumente usados para dormir, antidepressivos e de ansiedade, são os mais conhecidos por causar alucinações.

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Segundo o Dr. Alexandre Lucidi, médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, cita alguns deles são:

  • Analgésicos

Efeitos colaterais: Euforia, sedação, vertigem, diminuição da concentração e da capacidade cognitiva, passividade.

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  • Antitussígenos (xaropes para tosse)

Efeitos colaterais: Euforia, sedação, vertigem, diminuição da concentração e da capacidade cognitiva com menos intensidade do que os analgésicos.

  • Antidepressivos

Efeitos colaterais: Sedação pronunciada, problemas de acomodação, hipotensão, fadiga, vertigens e alterações do comportamento.

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  • Anti-histamínicos (antialérgicos)

Efeitos colaterais: Sedação, ansiedade, insônia, parestesia, alterações da visão e alucinações.

  • Relaxantes musculares

Efeitos colaterais: Euforia, sedação, vertigem, diminuição da concentração e da capacidade cognitiva e passividade.

  • Antidiabéticos

Efeitos colaterais: palpitações, náuseas, alterações na visão; agressividade, alucinações, tonturas, hipoglicemia e alteração do comportamento.

  • Antiepilépticos

Efeitos colaterais: sonolência, confusão, perda de memória e concentração, letargia e diminuição da capacidade psicomotora.

  • Antiácidos (remédios para azia)

Efeitos colaterais: inchaço abdominal e flatulência (gases) – “O inchaço abdominal pode ser desconfortável e embaraçoso e medicamentos que contêm os açúcares lactulose ou sorbitol, que são usados ​​para tratar a constipação, podem causar inchaço, assim como os antiácidos vendidos sem receita e que contém carbonato de cálcio em sua composição, como o omeprazol, um medicamento comumente prescrito para azia, que tem o inchaço como efeito colateral”, explicou o especialista, que acrescentou o medicamento devido suas fortes reações (não necessariamente alucinógenas).

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Por que algumas pessoas alucinam e outras não?

De acordo com o Dr. Higor Caldato, médico psiquiatra especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, cada pessoa tem sua particularidade, como o contexto em que vive e hábitos de vida, não sendo possível generalizar a análise dos fenômenos.

No âmbito da composição química dos remédios, de forma simplificada, podemos dizer que o cérebro pode sofrer uma intoxicação, o que prejudica seu processo normal de funcionamento. Algumas pessoas são mais suscetíveis geralmente pela idade, doenças associadas, uso de outras medicações e tipos de metabolismo hepático.

Vale ressaltar que é extremamente importante consultar um especialista antes de fazer uso destes ou quaisquer outros tipos de medicamentos.

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