O Conselho de Supervisão da Meta disse, recentemente, que a empresa precisa ter mais cuidado com os recursos de moderação automáticos e a criticou por remover um desenho animado por falar sobre a violência policial que acontece na Colômbia.

Um órgão semi-independente financiado pela Meta, o Oversight Board, analisou o desenho animado político que retratava os policiais colombianos espancando um homem com cassetetes. 

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Em algum momento, o desenho foi adicionado ao banco de dados da Meta’s Media Matching Service, o que significa que o sistema da Meta o identificava de forma automática para ser removido quando os usuários publicassem. Entretanto, quando os usuários perceberam que suas postagens foram removidas, começaram a apelar sobre a decisão e venceram.

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O Conselho de Supervisão afirmou que 215 pessoas apelaram pedindo para não ter o post removido e 98% desses pedidos foram concedidos. Porém, a Meta não deletou o desenho do banco de dados, até que o Conselho de Supervisão assumiu o caso.

Essa situação mexeu com o conselho. “Ao usar sistemas que foram automatizados para remover conteúdos, os bancos de serviços de correspondência de mídia podem ampliar o impacto de decisões incorretas de revisores humanos individuais”, explicaram.

“O conselho está particularmente preocupado que a Meta não meça a precisão dos bancos de serviços de Media Matching Service para políticas de conteúdos específicos”, observou o conselho, antes de completar. “Sem esses dados, que são cruciais para melhorar o funcionamento desses bancos, a empresa não pode dizer se esta tecnologia funciona de maneira efetiva para alguns padrões comunitários do que para outros”.

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Imagem: askarim/Shutterstock

A Comissão de Supervisão está buscando comentários públicos sobre alguns casos semelhantes. O primeiro é sobre um vídeo de um tiroteio em massa em uma igreja na Nigéria, que foi bloqueado por violar a política de “conteúdo violento e gráfico” da Meta, contudo, pode ter valor de noticiabilidade e que deveria justificar mantê-lo lá.

Também estão interessados em saber se um vídeo que mostra uma agressão sexual na Índia deve ser permitido, porque pode ser uma maneira de aumentar a conscientização sobre a violência baseada em condições sociais e gênero, ou se a representação explícita do toque não consentido é prejudicial. O período de comentários a serem feitos sobre ambos os casos será fechado no dia 29 de setembro deste ano.

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