Descobertos por Galileu há cerca de 400 anos, os anéis de Saturno são investigados por diversos astrônomos que buscam compreender sua origem. Um estudo publicado na Science tenta responder algumas questões que pairam no imaginário da comunidade científica há muitos anos.

A pesquisa indica que os anéis são compostos por fragmentos de uma lua que foi destruída há 100 milhões de anos. Os detritos desse satélite natural foram atraídos por Saturno e permaneceram na órbita do planeta desde então.

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O professor de ciências planetárias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e autor do estudo, Jack Wisdom, declarou em entrevista à Agence France-Press (AFP) que traçar uma “explicação plausível” para a formação de um objeto tão famoso “é gratificante”.

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Apesar de ter aproximadamente 4,5 bilhões de anos, Saturno, o sexto planeta do Sistema Solar, não “nasceu” com seus anéis. Segundo os astrônomos, eles apareceram bem mais tarde. A sonda Cassini, lançada em 1997, reforçou ainda mais essa hipótese. Porém, até então, ninguém sabia dizer como aconteceu a formação dessas estruturas.

Para tentar desvendar esse mistério, Wisdom e seus colegas criaram um modelo complexo que permitiu não apenas explicar a aparição recente desses objetos no entorno de Saturno, mas também entender um pouco mais sobre a inclinação do planeta.

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Os pesquisadores descobriram que, há um milhão de anos, Saturno e Netuno tinham suas órbitas sincronizadas e prefiguravam um processo chamado de ressonância. Entretanto, essa sincronização entre os planetas passou a não ser mais exata. Para os cientistas, apenas um evento poderoso seria capaz de interrompê-la.

Lua caótica ao redor do planeta

Foi nesse ínterim que surgiu a hipótese de que uma lua com órbita caótica ficou muito perto de Saturno e sofreu a ação de forças gravitacionais contraditórias. A ação dessas forças fez com que a lua se rompesse e seus fragmentos originassem os anéis vistos hoje.

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As descobertas da pesquisa não pararam por aí. Ao aplicar complexos modelos matemáticos, os resultados apontaram que Titã, o maior satélite natural de Saturno, afasta-se do planeta aproximadamente 11 centímetros por ano, e esse afastamento reduz a inclinação de Saturno, que já chegou a 36º e hoje está em 26,7º.

Os cientistas pensavam que Crisálida, nome com o qual a lua desgovernada foi batizada, era um pouco menor que a Lua da Terra, é feita quase inteiramente de gelo. Wisdom concordou com essa afirmação, para ele, é possível que Crisálida realmente fosse feita inteiramente de água congelada.

Apesar de não ter solucionado inteiramente as questões que envolvem os anéis de Saturno, o pesquisador acredita que ele e sua equipe deram “uma boa contribuição” ao assunto que é permeado por muitos mistérios.

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