A Electronic Arts não tem uma imagem exatamente positiva na área dos games. Apesar de ter várias franquias de sucesso em seu catálogo como “FIFA“, “Battlefield” e “Star Wars“, a empresa atraiu certa antipatia do público e muitas vezes é classificada como uma vilã da indústria.

Por outro lado, talvez a EA esteja buscando contornar essa imagem e uma reportagem do site GamesIndustry.biz coloca isso em questão. No final de 2021, a empresa fez uma pequena mudança na equipe executiva: os funcionários encarregados dos estúdios da EA iriam reportar atualizações diretamente para o CEO Andrew Wilson.

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Com isso, o objetivo é aproximar Wilson dos responsáveis diretos pelos desenvolvimentos de jogos da empresa. Samantha Ryan, gerente geral dos grupos BioWare, Full Circle, Motive e Maxis, explica que a mudança serve para dar voz às lideranças dos títulos da EA.

Imagem: Reprodução/EA
Imagem: Reprodução/EA

“O conhecimento que pessoas como eu têm para estar no meio disso com estúdios por mais de 20 anos é conquistado com muito esforço”, afirma Ryan. “Esse conhecimento ajuda a liderança da EA a manter um contato mais próximo com as necessidades de seus estúdios”, acrescentou.

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Ryan é responsável por liderar os estúdios que desenvolvem jogos que não recebem a mesma atenção do público como os “blockbusters” da EA. Essa questão pode ser analisada nos títulos “Skate” e o remake de “Dead Space”, visto que são franquias anteriormente ‘engavetadas’ e nesse momento, estão sendo revisitadas devido à uma nova postura na empresa.

“Tanto ‘Skate’ quanto ‘Dead Space’ são pedidos pelos fãs há um bom tempo”, disse Ryan. “Existem tantas franquias legais que não há como trazê-las de volta à vida. Mas às vezes quando um grupo forte de desenvolvedores tem uma paixão particular, e observamos que os fãs são igualmente apaixonados… os destinos convergem. Como líder, procuro essas convergências e quando as encontro, procuro fazer acontecer”, completou.

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Nesse sentido, a chave para a mudança na EA está no pensamento particular de cada desenvolvedor. Escolha que poderiam vir de setores mais acima estão sendo melhor avaliadas pelos estúdios, que procuram receber mais autonomia em suas decisões.

Imagem: Reprodução/EA
Imagem: Reprodução/EA

Esse é um ponto analisado por Christopher Dringl. autor da reportagem no GamesIndustry. Segundo ele, o costume da EA era trabalhar em títulos que seriam versões de jogos de sucesso, como “League of Legends” e “World of Warcraft”, tentando criar algo que seria mais popular do que já é bem-sucedido.

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“Sim, todos nós precisamos ter atenção às tendências do mercado. Jogadores e games estão em constante evolução. Mas isso não significa que temos que seguir todas as tendências à toa”, observou Ryan. “A BioWare pode desenvolver jogos single-player incríveis com histórias fortes. O Full Circle pode criar um parque de skate digital aberto gratuitamente a qualquer jogador em qualquer lugar. Eles são únicos e serão estúdios mais fortes quando forem fiéis a si mesmos”, complementou.

Outra mudança em meio à “grande transformação da EA” seria na transparência dos seus projetos. Nos últimos meses, a empresa vem exibindo trechos ou imagens de jogos que estariam fases iniciais de produção e assim, o feedback sobre o desenvolvimento acaba auxiliando o processo de construção do título. Esse fator é algo que Samantha Ryan classificou como “transparência radical”.

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Por fim, a gerente geral dos estúdios da EA afirma que as equipes estão com mais tempo para experimentar detalhes antes de se comprometerem totalmente com um conceito de produção. Ryan explica também que talento, por si só. não seria um fator que bastaria para o trabalho e a dinâmica do grupo é essencial para um projeto sair do papel com qualidade.

Se as transformações da Electronic Arts vão surtir efeito para limpar a imagem vilanesca na indústria, só o tempo dirá. Mas aparentemente, a empresa deseja mudar sua fama e está correndo atrás para que isso aconteça.

Informações via GamesIndustry.biz

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