Satélites Starlink na Ucrânia podem ser derrubados pela Rússia

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 20/09/2022 15h47, atualizada em 22/09/2022 17h50
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O diplomata russo, Konstantin Vorontsov, acredita que satélites da Starlink, provedora de internet associada à SpaceX, que fornece seus serviços na Ucrânia, atuam também para fins militares em prol dos Estados Unidos. Se a suspeita for corroborada pelo serviço militar russo, os satélites podem sofrer “retaliações”.

Konstantin Vorontsov é chefe da delegação russa no grupo de trabalho do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA) e compartilhou a sua percepção em uma reunião com o grupo de trabalho aberto das Nações Unidas sobre a redução de ameaças espaciais.

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Para Vorontsov, os Estados Unidos ao promover o uso inadequado do aparato civil, “parecem não perceber que tais ações de fato constituem envolvimento indireto em conflitos militares”. Essa situação torna a infraestrutura civil um “alvo legítimo de retaliação”.

Com o avanço da guerra na Ucrânia e a consequente interrupção do sinal de internet, a Starlink, com o incentivo financeiro dos Estados Unidos, enviou terminais de satélite para a Ucrânia. O acesso à Internet via satélite tem sido útil nas operações militares da Ucrânia contra as forças russas.

Vorontsov alegou que o uso de satélites civis poderia violar o Tratado Espacial Exterior desnecessariamente, colocando em risco “a sustentabilidade das atividades espaciais pacíficas e o bem-estar das pessoas, em particular nos países em desenvolvimento”.

O diplomata complementa ao dizer que o “uso provocativo de satélites civis é questionável e deve ser fortemente condenado pela comunidade internacional”, caso infrinja o que preconiza o Tratado Espacial Exterior.

Por outro lado, o CEO da SpaceX, Elon Musk, alertou que havia uma alta probabilidade de que a Rússia atacasse equipamentos da Starlink na Ucrânia. Porém, nessa situação o CEO se referia aos terminais terrestres e não espaciais. Além disso, ele também relatou que a Starlink sofreu ataques de interferência e hackers russos.

Testes de mísseis antissatélites

Aparentemente, a Rússia já se preparava para uma situação semelhante, já que em novembro de 2021, o país realizou um teste de mísseis antissatélite. De acordo com um artigo da Ars, em seguida, os Estados Unidos se pronunciaram repudiando o ato, já que esse tipo de ação pode ter repercussões negativas para a órbita terrestre pelos próximos cinco a dez anos e “ameaçar muitos ativos valiosos, incluindo a Estação Espacial Internacional”.

Outros países, como a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos, já prometeram não realizar testes antissatélite destrutivos (ASAT), com a finalidade de reduzir os detritos espaciais. A Rússia ainda não se comprometeu nesse sentido.

Cabe destacar que atacar os satélites da Starlink no Espaço não seria uma tarefa tão fácil e simples. Além disso, eles não são os únicos provedores que estão em atuação na Ucrânia. Um artigo da Space.com aponta para a presença de empresas comerciais de imagens de satélite como Planet, Maxar e BlackSky têm fornecido informações cruciais ao tirar fotos do conflito de cima e compartilhá-las abertamente, desempenhando um papel inesperadamente importante durante toda a invasão russa.

Via: Arstechnica

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.