Em 2020, a revista The Economist publicou um artigo surpreendente retirando o petróleo do posto de recurso mais valioso do mundo e colocando os dados nesta posição. Dados realmente são extremamente importantes, por meio deles conseguimos entender comportamentos, antever problemas e identificar pontos fortes e fraquezas, por exemplo. Diante de tudo isso, é imprescindível contar com uma análise de dados coerente no momento de tomar grandes decisões.

Se tratando do mundo empresarial, temos dois caminhos para se destacar nesse meio: ou oferecemos o que o cliente quer ou precisamos inventar algo novo que o consumidor nem sabia que precisava. Nem preciso dissecar com tanto detalhe para evidenciar quanto esse segundo caso é complicado. Sendo assim, muitas empresas apostam em oferecer aos clientes o que eles estão buscando. No entanto, essa decisão não necessariamente se mostra uma escolha fácil. Isso porque é muito complicado definir com solidez qual é o verdadeiro interesse desse público sem contar com uma base firme de dados sobre esses desejos.

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Decisões tomadas sem o pretexto de uma análise de dados fortes são extremamente perigosas, ocasionando muitas vezes em gastos e tempo totalmente desperdiçados. Pensando no ramo da decoração, por exemplo, um investidor precisa mobiliar um imóvel para alugar. Qual será a fórmula mais efetiva para escolher esses objetos? A opinião do arquiteto? A opinião da esposa dele? Ou fazê-lo de uma forma que garanta o aluguel mais rapidamente pelo maior valor possível e investindo o mínimo? Nesse caso, está claro que é importante saber os gostos e interesses médios da população local para que o investidor consiga atrair o público de uma forma mais facilitada.

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Em um escritório de arquitetura e design, um cliente passa por um briefing extenso e complexo o qual coleta dados muito importantes para o desenvolvimento de um projeto. No entanto, muitas vezes os profissionais deste segmento parecem não entender que eles têm em mão algo muito valioso: os dados e preferências dessa clientela.

Dessa forma, ao invés de compilar esses números e contar com informações valiosas a seu favor, o que se vê são profissionais que utilizam essas respostas uma única vez e depois as deixam salvas num arquivo de word que nunca mais será aberto. O resultado disso é que temos uma área que movimentou no ano passado cerca de 83 bilhões de reais e que está entre as mais atrasadas se tratando em tecnologia.

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Imagine se os dados de briefing dos clientes atendidos por uma marca, construtora, indústria ficassem guardados e pudessem ser analisados para melhoria de oferta de serviços e produtos. As empresas cada vez mais garantiriam uma maior assertividade no atendimento aos clientes através de uma oferta de produtos e serviços que estejam de acordo com os interesses e necessidades dos clientes.

Dentro da La Decora, por exemplo, já atendemos cerca de 2 mil clientes. Todos eles passaram por um briefing complexo com perguntas que variam entre entender se o cliente morava em imóvel próprio ou alugado, até qual modelo de cadeira preferida. Com todas essas informações em mãos, conseguimos compilar esses dados de forma que façam sentido para o nosso trabalho.

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Sabemos, por exemplo, que 81,6% das pessoas que reformaram nos últimos meses preferem ambientes decorados em tons claros. A partir dessa informação, é possível orientar lançamentos ou ajudar investidores a realizarem escolhas mais assertivas no momento de direcionar o seu dinheiro na tentativa de impulsionar uma venda ou aluguel a partir do interesse majoritário do público.

Podemos dizer que o ramo da arquitetura de interiores é o vale dos dados perdidos. Porém, felizmente já vemos empresas que perceberam que esses dados são valiosos demais para ficarem guardados em um caderno de rascunho por aí. Somente dessa forma será possível tomar decisões cada vez mais assertivas, garantindo o menor desperdício de dinheiro possível.

*Gabriela Accorsi é COO e Co-fundadora da La Decora

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