Após o terremoto de magnitude 7,6 na escala Richter atingir a costa oeste do México, na segunda-feira (19), um aquífero conhecido como Devil’s Hole (Buraco do Diabo), localizado no Parque Nacional do Vale da Morte, em Nevada, nos Estados Unidos, ficou agitado.

O técnico em ciência biológica Ambre Chaudoin filmou a situação dentro da caverna de calcário em Nevada. No vídeo, a voz de Chaudoin e as vozes dos outros ao seu redor foram abafadas pela queda e sugação de ondas. O Serviço Nacional de Parques dos EUA (NPS) anunciou que atingiu mais de um metro de altura.

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Quando um terremoto agita um lago ou outro reservatório de água, esse processo é conhecido como seiche. Porém, quando ele ocorre em um ambiente árido, como o Parque Nacional do Vale da Morte, ele é coloquialmente conhecido como um “tsunami do deserto”.

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Reprodução: YouTube

Apesar de esse evento não ser tão grande quanto um tsunami, essas ondas são muito maiores do que é normalmente visto nesta caverna parcialmente cheia. De acordo com o site do NPS, esse abalo na Devil’s Hole é um “indicador incomum de atividade sísmica em todo o mundo”. Ainda, a nota no portal do NPS complementa dizendo que os grandes terremotos em lugares longínquos, como o Japão, a Indonésia e o Chile fizeram com que a água do reservatório fosse afetada.

Espécies marinhas do buraco são afetadas por abalos sísmicos

Ondas de 2 metros de altura já foram registradas no buraco. Em eventos extremos, a água pode arrastar algas e diatomas para a parte iluminada do buraco e isso pode representar um sério problema para a população de peixes, que vive isolada na região. O Pupfish é uma espécie de peixe, ameaçada de extinção, que utiliza a parte iluminada da caverna de calcário para realizar a desova.

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Ainda não está claro o motivo pelo qual os pupfish são afetados do buraco. Felizmente, nem todo tsunami no deserto é um evento mortal para essas criaturas, mas eles certamente são afetados pela limitação da disponibilidade de nutrientes disponíveis em seu habitat, a 152 metros de profundidade.

Em contrapartida, o movimento das ondas também pode ajudar o ecossistema, pois essa atividade fornece oxigênio para o aquífero ao longo do tempo e limpa a abertura, com matéria orgânica. Em entrevista ao LA Times, o ecologista aquático da NPS, Kevin Wilson, declarou que essa ação de limpeza na cratera “meio que redefine o sistema”.

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Esse fenômeno entre México e Estados Unidos é um bom lembrete do quão poderoso pode ser um desastre natural, já que, a depender da intensidade, um ecossistema ou espécie negligenciada a milhares de quilômetros de distância podem ser impactados.

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