Pesquisadores do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou (MIPT) estão estudando a possibilidade de uma missão espacial que criaria anúncios publicitários no espaço. A operação envolveria o lançamento de satélites à órbita que refletiriam a luz do sol a fim de formar imagens no céu sobre cidades.

Publicado na revista Aerospace, o estudo leva em conta fatores como o consumo de combustível, a população de cada cidade alvo e os custos de publicidade. A estimativa de gastos chegou à cifra dos 65 milhões de dólares para realizar a missão.

“Estivemos estudando alguns dos aspectos mais técnicos da publicidade espacial por um tempo”, conta Shamil Biktimirov, pesquisador e principal autor do estudo. “Agora, estamos focando no lado econômico do projeto e conseguimos provar que, por mais absurdo que pareça, campanhas publicitárias envolvendo 50 ou mais satélites em formação são operações economicamente viáveis.”

Satélites publicitários

O modelo consiste em escolher a cidade mais lucrativa – do ponto de vista publicitário – nas proximidades, deslocar os satélites para lá e exibir o anúncio sobre ela por cerca de um minuto. Em seguida, os dispositivos se dirigiriam para outra cidade e assim por diante.

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Os pesquisadores calcularam as receitas que virão desses anúncios nos diferentes meses do ano e descobriram que o lucro de uma dada cidade varia no decorrer do ano. Eles descobriram que o período mais lucrativo é o inverno.

A receita diária da publicidade espacial pode chegar a aproximadamente 2 milhões de dólares, o que corresponde a um período de retorno de cerca de um mês. Dependendo do número de reconfigurações realizados em um dia, uma formação pode operar por vários meses, tornando viável essa abordagem da publicidade espacial.

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No estudo, os pesquisadores abordam as preocupações do público sobre a potencial poluição visual decorrente desses anúncios. Eles consideram esse receio equivocado, já que os satélites só funcionarão durante o nascer e o pôr do sol, já que precisam estar expostos à luz solar, mas também não podem estar em um céu muito claro – como ocorre nos outros momentos do dia -, do contrário, os anúncios não serão facilmente visíveis. Além disso, segundo eles, a iniciativa só faria sentido econômico se aplicada em grandes centros urbanos, onde o céu já é muito iluminado e a poluição visual é abundante.

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