Robôs com armas? Empresas de robótica alertam sobre os perigos

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por André Lucena 07/10/2022 21h00, atualizada em 04/03/2023 14h50
caes-robo-fronteira-eua-capa
Imagem: DHS/Divulgação
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Empresas do ramo de robótica se juntaram para protestar em uma carta aberta a respeito do uso de robôs para fins indevidos, com foco na disseminação de armas. A carta descreve a ideia – e o perigo – de máquinas autônomas, que podem ser armadas e causar prejuízos e revoltas.

Os líderes em Inteligência Artificial e robótica peticionaram perante a ONU a proibição do desenvolvimento desses tipos de máquinas. Esse movimento está angariando mais adeptos e, consequentemente, mais força.

Leia mais:

Essa decisão ocorreu após a Ghost Robotics montar um cão robótico com um rifle de precisão montado nas costas. Um outro vídeo que estava circulando nas redes sociais, publicado no início deste ano, mostrou um robô quadrúpede carregando um rifle de assalto e disparando contra alvos no intervalo.

Apesar das dúvidas em relação a veracidade do vídeo, algumas perguntas pairam no ar: será que os cães robóticos combinados com armas mortais podem afetar negativamente o futuro?

A Boston Dynamics, juntamente com a Agility Robotics, ANYbotics, Clearpath Robotics, Open Robotics e Unitree Robotics, expressaram hoje suas preocupações em torno dessas possibilidades. Na carta aberta assinada por essas empresas, o grupo observa o aumento da acessibilidade comercial dos robôs, e o potencial uso para fins indevidos.

Robôs armados e os perigos

De acordo com a missiva, “pessoas não confiáveis poderiam usá-las para interferir nos direitos civis ou ameaçar, prejudicar ou intimidar outras pessoas”. As empresas concordam que o uso desses robôs para armamento é “uma área de particular preocupação”. Segundo as entidades, “acreditamos que adicionar armas a robôs operados remotamente ou de forma autônoma, amplamente disponíveis ao público e capazes de navegar em locais anteriormente inacessíveis onde as pessoas vivem e trabalham, levanta novos riscos de danos e graves questões éticas.”

A carta firma o compromisso dos signatários de não armar seus robôs, nem apoiar outros a fazê-lo. Além disso, eles pedem aos formuladores de políticas públicas e usuários que promovam seu uso seguro e trabalhem em soluções tecnológicas para reduzir os riscos de armamento robótico. É claro que as companhias defendem o uso dessas tecnologias, pois acreditam que “os benefícios para a humanidade dessas tecnologias superam fortemente o risco de uso indevido”.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.