Já considerada por alguns especialistas como uma síndrome, a covid longa consiste na extensão dos sintomas da covid-19. No auge da pandemia, as sequelas mais citadas eram: problemas de raciocínio, fadiga, névoa cerebral, dor de cabeça, dificuldade para dormir e tonturas, no entanto, um novo estudo enumerou ao menos 17 condições pós-covid que podem estar afetando a vida dos que foram infectados. 

Realizado por pesquisadores do Kaiser Permanente, do Mid-Atlantic Permanente Research Institute (MAPRI), e da Universidade Johns Hopkins, o estudo analisou os registros médicos de mais de 100 mil pacientes adultos – 30 mil que testaram positivo para o vírus e mais de 70 mil que testaram negativo (grupo de controle). Todos em 2020. 

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Pessoa fazendo utilização do autoteste de Covid-19
Imagem: Clara Murcia/Shutterstock

Os resultados apontaram a prevalência dos seguintes sintomas, mesmo após semanas ou meses do fim da doença: 

  1. Doenças respiratórias 
  1. Diabetes 
  1. Doença gastrointestinal 
  1. Tonturas ou vertigens 
  1. Dor abdominal 
  1. Dor torácica inespecífica 
  1. Distúrbios de saúde mental 
  1. Transtornos de ansiedade 
  1. Sintomas geniturinários 
  1. Fadiga e mal-estar 
  1. Arritmias cardíacas 
  1. Distúrbios do sistema nervoso 
  1. Parada respiratória 
  1. Anosmia (perda do olfato) 
  1. Náusea e vomito 
  1. Distúrbios de fluidos e eletrólitos 
  1. Distúrbios nutricionais, endócrinos e metabólicos 

“Embora tenha havido pesquisas significativas feitas para determinar uma definição clínica de covid longa, a realidade é que a doença pode parecer muito diferente de paciente para paciente”, disse o principal autor do estudo, Michael Horberg, médico de doenças infecciosas e Diretor Médico Associado da Kaiser Permanente. “Nosso estudo se propôs a determinar as condições com maior probabilidade de estarem associadas a covid longa.” 

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O levantamento destacou ainda que, conforme as semanas passavam – após o positivo para covid -, algumas condições se sobressaiam. No quarto mês após a confirmação da doença, os principais sintomas ainda presentes eram: perda de olfato, disritmia cardíaca, diabetes, distúrbios geniturinários, fadiga e dor no peito. 

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Diabetes e covid

O levantamento identificou que mais de 780 pacientes receberam um diagnóstico de diabetes entre 30 e 120 dias após o teste positivo para covid-19. Horberg apontou que, apesar dos números, ainda é cedo para relacionar a doença crônica a covid, já que essas pessoas podem não ter procurado atendimento antes, sendo coincidentemente diagnosticada após exame da covid. Para este sintoma, o médico afirmou ser preciso ainda mais estudos para identificar a relação. 

Com isso, os pesquisadores também avaliaram se os sintomas resultantes estavam relacionados apenas a covid longa ou se eram causados por uma condição de saúde pré-existente. 

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“Uma razão pela qual é difícil de identificar é que muitos de seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças e condições. Algumas condições pré-existentes podem estar presentes ou pioradas no momento da infecção por covid-19, mas isso não significa que deva ser definida como covid longa”, ressaltou o pesquisador. 

Pessoas obesas correm mais risco de desenvolver covid longa
Imagem: SUPERMAO/Shutterstock

No geral, 16,5% dos pacientes positivos para covid desenvolveram pelo menos uma condição de covid longa dentro de quatro meses após o teste positivo. Essa descoberta é inferior às médias nacionais, e mostra que, na população americana, representa que quase 20% dos adultos americanos que tiveram covid-19 têm sintomas prolongados após o período de infecção aguda. 

O próximo passo do grupo de estudos é analisar o período de 2021 a 2022. O objetivo será avaliar a relação da diabetes com a covid, os efeitos das variantes Delta e Ômicron, o impacto das vacinas e a influência de doenças generalizadas. A pesquisa atual foi publicada na Nature Communications.

“Esta lista provavelmente evoluirá à medida que conduzirmos mais pesquisas. Estamos ansiosos para continuar estudando a covid por um longo tempo, a fim de diagnosticar e tratar melhor aqueles que podem estar sofrendo meses após uma infecção por covid-19.” 

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