Robôs vão monitorar vazamento de metano em gasoduto russo

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 17/10/2022 09h00, atualizada em 17/10/2022 09h28
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Imagem: Canos de gás metano da Rússia que perpassa e abastece vários países da União Europeia. Créditos: vchal/Shutterstock
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Após o vazamento dos gasodutos Nord Stream, no mar Báltico, responsáveis por transportar gás metano da Rússia para a Alemanha, os pesquisadores da Universidade de Gotemburgo decidiram enviar três robôs subaquáticos para fins de monitoramento.

Agora, os dispositivos devem acompanhar como a química e a vida no mar vão se alterar ao longo do tempo devido à liberação massiva de gás metano. Para isso, eles vão se mover ao redor do mar e gravar dados sobre a qualidade da água nas próximas 15 semanas.

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Esses robôs foram fornecidos pela Fundação Voz do Oceano (VOTO), organização responsável por monitorar os oceanos constantemente. Desde março de 2021, essa fundação conta com dois planadores na área que funcionam como um observatório. Todos os dados medidos serão enviados via satélite para as equipes de plantão.

Como já existiam muitos dados sobre essa área que foram coletados anteriormente, os pesquisadores contam com uma base comparativa para medir qualquer mudança no ecossistema que seja decorrente da emissão do metano.

De acordo com o oceanógrafo Bastien Queste, da Universidade de Gotemburgo, “a questão é que temos medidas da água por um longo período de tempo e sobre uma área maior. Podemos ver quanto tempo leva para o metano desaparecer e como o ambiente aquático reage ao longo do tempo. A resposta no mar é muitas vezes adiada. Pode levar dias ou semanas até vermos uma mudança”.

Além da concentração de metano, dados sobre salinidade, temperatura, conteúdo de oxigênio e a quantidade de clorofila, também são medidos e podem contribuir para indicar diversos panoramas a respeito do impacto ambiental causado pelo vazamento.

Outras medidas de monitoramento dos gases

Uma expedição também será perpetrada nos próximos dias para testar a execução da nave não tripulada, Ran. A pesquisadora polar Anna Wåhlin declarou que vai “testar como o grande robô subaquático Ran se comporta em mares com grandes camadas de densidade e o quão bem ele pode medir sobre fundos ricos em sedimentos”.

“Este lugar é perfeito para isso. Ran também poderá contribuir para a pesquisa sobre as emissões de gases porque mede os níveis de dióxido de carbono e nitrato na água”, complementou a pesquisadora.

Cabe retomar que os danos aos equipamentos foram detectados no mês de setembro, e a Rússia, que ainda está investigando o que aconteceu, disse nesse primeiro momento se tratar de um “ato de terrorismo internacional”, já a União Europeia apontou o episódio como “sabotagem”.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.