Se a Terra fosse um exoplaneta, como os alienígenas achariam vida nela?

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por André Lucena 20/10/2022 07h30
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Ilustração 3D de um exoplaneta e suas luas. Créditos: Dotted Yeti/Shutterstock
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Em um novo estudo, os cientistas se colocaram na posição oposta na busca por vida alienígena em exoplanetas. E se seres extraterrestres buscassem por vida na Terra, como eles buscariam? Como que a Terra apareceria? E para quais sinais de habitabilidade eles olhariam?

Felizmente, esse tipo de experiência é cientificamente instrutivo, pois permite a extrapolação dos resultados na busca por planetas semelhantes à Terra. De acordo com o observado pelos pesquisadores, encontrar evidências de vida na Terra depende de alguns fatores na observação dos “astrônomos alienígenas”.

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Não faltam exoplanetas candidatos no que diz respeito à vida. Entretanto, os pesquisadores têm um longo caminho a percorrer antes de decretar se em determinado planeta é possível ou não o desenvolvimento de vida. Essa nova pesquisa, que ainda está em fase de pré-impressão, remonta aos anos 70, quando naves espaciais visitavam os planetas do Sistema Solar em missões espaciais.

A partir da medição de raios ultravioleta (UV) e infravermelho, os cientistas aprenderam muito sobre as propriedades das atmosferas planetárias, superfícies e equilíbrio energético geral. Hoje, a aplicação desses conhecimentos em exoplanetas não é tão simples quanto parece, afinal são muitos planetas fora do Sistema Solar que estão em possíveis zonas habitáveis de estrelas.

Para isso, os pesquisadores contam com tecnologia e ferramentas poderosas para realizar buscas e obter dados. Com o estudo sobre a Terra e como pesquisadores alienígenas poderiam buscar por habitabilidade nela, algumas perguntas podem ser respondidas e direcionar o olhar dos astrônomos terrestres para esses exoplanetas.

Variabilidade das emissões térmicas dos planetas

Uma das evidências observadas trata sobre as mudanças na temperatura da Terra durante as estações do ano. Elas impactam significativamente os espectros de emissões térmicas da Terra, e a força das características espectrais dos bio-indicadores, como N₂O, CH₄, O₃ e CO₂, depende fortemente da estação e da geometria de visualização.

Segundo o documento, é difícil traçar um padrão de temperatura, pois “há uma variabilidade sazonal significativa no espectro de emissões térmicas da Terra, e a força das características de absorção de bioassinatura depende fortemente da estação e da geometria de visualização.”

A variabilidade nas leituras foi muito maior ao longo do tempo acima das massas terrestres do que acima dos oceanos. A Vista Equatorial Africana e a Vista do Polo Norte foram centradas em massas terrestres e apresentaram a maior variabilidade.

O resultado geral desta pesquisa é que um planeta vivo e dinâmico como a Terra não pode ser caracterizado por um único espectro de emissões térmicas. Há muita coisa acontecendo, que não é passível de quantificação. Além disso, este estudo sequer se aprofundou nas nuvens e seus efeitos. Por isso, esse é apenas um fator dentro outros extremamente complexos que podem -e precisam- ser explorados e correlacionados pelos pesquisadores em seus exames.

O Telescópio Espacial James Webb pretende estudar os espectros de alguns exoplanetas, por isso se debruçar sobre esses estudos é fundamental para entender melhor o que aguarda a sociedade em um futuro talvez não tão distante.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.