A União Europeia definiu, recentemente, que, a partir de 1º de março de 2023, todas as TVs vendidas no bloco deverão seguir o que rege o novo EEI (Índice de Eficiência Energético), que limita o consumo máximo de energia de cada equipamento.
A medida, contudo, afetará tanto o mercado europeu, como o internacional, o que já está deixando as fabricantes insatisfeitas. Isso porque, olhando para a oferta atual, somente TVs com tecnologia 4K e telas OLED, microLED, QLED, QNED e QD-LED, e a LCD LED com local dimming comprem os requisitos do EEI. Ou seja, as 8K, por enquanto, estão fora deste mote.
Leia mais:
- Vendas de smartphones diminuíram 9% em todo mundo
- Samsung AI Forum 2022 acontecerá de 8 a 9 de novembro
- Sleep trackers: tudo sobre a tecnologia que rastreia o seu sono | Sync #29
O EEI em vigor atualmente foi implementado em 2021 e limita telas até Full HD a um índice de 0,90, enquanto as 4K devem ficar em até 1,10. Contudo, os modelos superiores não são obrigados a seguir a legislação, o que vai mudar em 2023.
Na nova resolução, o EEI máximo para telas Full HD será de 0,75, sendo que o índice de 0,90 passará a ser válido para todas as TVs com telas mais tecnológicas, ou seja, de 4K para frente.
Convertendo o EEI para o consumo em watts, cada tela poderá consumir no máximo o seguinte: 40″: 48 W; 42″: 53 W; 48″: 66 W; 55″: 84 W; 65″: 112 W; 75″: 141 W; 77″: 148 W; 83″: 164 W; 85″: 169 W; 88″: 178 W.
No EEI atual, todas as TVs 8K e 4K com painéis OLED, QLED ou LED LCD com local dimming estão na chamada faixa vermelha, ou seja, estão no limite máximo permitido. Agora, nenhum modelo 8K cumprirá as regras, bem como diversos modelos 4K.
Efeito pandemia de Covid-19
As medidas impostas pela União Europeia se deram como resposta à elevação do consumo energético desencadeado com a pandemia de Covid-19, visto que incontáveis empresas mundo afora passaram a liberar seus trabalhadores para o sistema home office.
Entre tais medidas, o bloco espera cessar totalmente as emissões de dióxido de carbono até 2050, além do esforço em aumentar a fabricação e venda de dispositivos que consumam menos energia. E é aí que o EEI entra.
O problema é que a resolução só foi pensada para modelos 4K, sendo que as 8K possuem quatro vezes mais pixels que a 4K e 16 vezes mais que a Full HD.
Alguns fabricantes já admitiram dificuldades para adequar seus modelos, como a TCL Europe, que, por meio de seu Diretor de Desenvolvimento de Produtos, Marek Maciejewski (em entrevista ao site FlatpanelsHD durante a IFA 2022), indicou que, se o EEI entrasse em vigor agora, não haveria mais venda de modelos 8K na Europa.
Já a Samsung afirmou ser possível reverter a situação, mas “não será fácil” e, naturalmente, o custo será repassado ao consumidor.
As mudanças irão afetar o restante do mercado, pois a tendência é uma padronização dos modelos em todo o mundo, deixando-as mais econômicas. Contudo, o incentivo à adoção do 8K deverá ser diminuído, inclusive pelas produtoras de conteúdo, até que as fabricantes consigam se adequar.
Com informações de Meio Bit
Imagem destacada: Divulgação/Sony
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!