A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (26), a composição de vacinas trivalentes e quadrivalentes contra a gripe (influenza) que serão usadas no país em 2023. 

Segundo informações da Agência Brasil, para o próximo ano as doses produzidas a partir de ovos de galinha devem usar as seguintes cepas:  

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  • Influenza A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09;  
  • Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2);  
  • Influenza B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria). 

Para as vacinas não baseadas em ovos, a fórmula será a mesma, protegendo contra as três cepas. No caso das quadrivalentes, mais completas por abrangerem quatro cepas listadas pela OMS, a proteção incluirá a Influenza B/Phuket/3073/2013 (B/linhagem Yamagata). 

Qual a diferença entra a vacina trivalente e tetravalente (quadrivalente) contra a gripe?
Imagem: Divulgação Instituto Butantan

A partir da publicação da composição das doses pela agência, as farmacêuticas detentoras de registro devem ajustar seus produtos para a fabricação do insumo visando o exercício de 2023. 

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Por que as vacinas da gripe mudam anualmente? 

Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisa todos os subtipos de gripe que circulam no planeta e define os que ocorrem com maior intensidade para que a eficiência das doses seja melhorada. A atualização é importante para estimular e manter o sistema imune ativo (e atento). 

“A mudança da composição de cepas (tipos de vírus) das vacinas de influenza é fundamental para a eficiência da vacina, já que os vírus se adaptam e sofrem mutações”, explicou a Anvisa. 

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Conforme as determinações da OMS, todos os anos, a Anvisa publica a composição das vacinas contra a influenza que serão utilizadas no ano seguinte.  

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Vacinas da gripe são feitas em ovos de galinha? 

De acordo com o Instituto Butantan, são produzidas anualmente 80 milhões de doses da vacina da influenza para a campanha nacional de vacinação contra a gripe. 

“A fabricação da vacina da influenza percorre um longo caminho até chegar aos braços dos brasileiros. Desde a importação das cepas, a produção dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos de cada vírus, a formulação e o envase até a entrega das doses, se vão ao menos oito meses, mais de 300 profissionais, uma fábrica, três laboratórios e muitos milhões de ovos.” 

O imunizante é produzido a partir da inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas, ou seja, o vírus da gripe é injetado em ovos com o intuito de que a influenza se multiplique ali. De forma resumida, o líquido (líquido alantoico) que envolve o embrião no ovo passa então a servir de matéria-prima para a vacina. Após extraí-lo, os cientistas fragmentam e inativam o vírus da gripe (não sendo possível que ele cause a doença) e produzem a substância final do imunizante. 

“É um processo biológico complexo, que depende do desenvolvimento do embrião, do ovo, de várias condições, é um processo longo”, disse o gerente de produção da vacina da influenza do Butantan, Douglas Gonçalves de Macedo, em declaração ao site oficial da instituição

Os ovos utilizados são produzidos por fornecedores especiais do Butantan. Aos alérgicos a ovos, o Departamento de Alergia Alimentar da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) garante que todos podem receber a vacina, já que a quantidade da proteína do ovo utilizada é tão pequena que o sistema imunológico não detecta. Em caso de dúvidas ou histórico de anafilaxia ao ovo, um médico pode ser consultado.

Com informações da Agência Brasil, UOL e Instituto Butantan

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