Colapso da humanidade está em fase de “alerta vermelho”

Pesquisa apontou níveis altíssimos de fatores que prejudicam a manutenção do planeta
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por André Lucena 31/10/2022 08h00
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Os impactos das mudanças climáticas preocupam cada vez mais a comunidade científica e os resultados obtidos nos relatórios recentes apontam para um cenário graves. Uma coalizão internacional de cientistas elaborou um novo documento que analisa a crise ambiental corrente, e os indicadores foram pouco positivos e classificou as mudanças no código vermelho.

O relatório aponta para um aumento no número de desastres climáticos relacionados com o sofrimento humano em níveis difíceis de quantificar e imaginar. Diante desse cenário e de uma alta possibilidade de colapso, as opções para sair dessa situação ficam mais escassas e radicais.

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Ou a humanidade faz mudanças rápidas e significativas na maneira de tratar o planeta, ou enfrenta uma possível ruptura social global mais adiante. Segundo o ecologista Christopher Wolf, da Universidade Estadual de Oregon, o aumento de desastres climáticos é um dos efeitos desta “grande crise climática”. Ele alerta para o aumento do perigo, caso as pessoas não mudem seus comportamentos.

Nesse ínterim, Wolf clama a outros colegas cientistas para que todos se unam em defesa “de abordagens baseadas em pesquisa para a tomada de decisões climáticas e ambientais”, para reduzir o aumento da frequência de eventos de calor extremo; o aumento da perda global de cobertura de árvores, através dos incêndios florestais; além das doenças transmitidas por mosquitos, como é o caso da dengue.

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Imagem: Fotografia de um protesto sobre o impacto das mudanças climáticas. Créditos: nicostock/Shutterstock

O relatório também destaca a necessidade de reduzir os níveis atmosféricos de gás carbônico, que estão em seu maior patamar desde o início dos registros: 418 partes por milhão. A acidez dos oceanos, as grandes inundações nos Estados Unidos, enfim, são inúmeras as questões que permeiam esse tema. O cientista em sustentabilidade Saleemul Huq da Universidade Independente de Bangladesh alerta que “a mudança climática não é uma questão independente, faz parte de um problema sistêmico maior de superação ecológica onde a demanda humana está excedendo a capacidade regenerativa da biosfera.”

Mudanças climáticas atingem as pessoas mais vulneráveis

Huq também destaca a necessidade de olhar para pessoas que compõem a classe de baixa renda, pois são mais vulneráveis no que diz respeito aos impactos das mudanças climáticas. As estimativas mais recentes apontam para um aumento de 3ºC até 2100, na temperatura do planeta. Algo que não acontece há cerca de 3 milhões de anos.

Na tentativa de chamar a atenção para essa questão, os pesquisadores montaram um documentário de 35 minutos chamado “The Scientist’s Warning”. Eles acreditam que ainda há esperança, pois há um grande número de cientistas tratando sobre esse assunto e pedindo por ajuda. Agora é aguardar para que essa mobilização se traduza em ações coletivas que caminhem em direção à preservação da vida.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.