Apesar do dólar ter caído mais de 4% em relação ao real em outubro, as criptomoedas fizeram jus à expressão “uptober”, que se refere ao aumento de preços que ocorre neste mês quase todos os anos desde sua criação.

É o que mostra a pesquisa mensal da BitPreço, que compara o desempenho da Bitcoin e do Ethereum com base na análise de negociação da plataforma, que reúne as 28 principais corretoras que atuam no mercado brasileiro, além do próprio marketplace. Durante o mês 10, o valor da Bitcoin subiu 6,12%, caminhando dos R$ 104.746,00 até os R$ 111.155,00 no fechamento. A mínima do período foi de R$ 96.823,00 e a máxima R$ 112.000,00, já no final do mês.

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Israel Buzaym, head de comunicação da BitPreço, explicou: “A lateralização e a queda lenta que já vinham tornando amarga a vida dos investidores há alguns meses deu espaço para um otimismo ainda tímido. O preço médio diário foi de R$ 104.265,86. Ou seja, quem comprou abaixo desse preço em outubro fez um negócio ainda melhor, já que adquirir Bitcoin, por si só, já é uma ótima escolha”.

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Apesar da melhora de preço, o volume de transações de Bitcoin diminuiu 39% em relação ao mês anterior, atingindo 2.815,53 unidades. “Acreditamos que o apetite da grande massa de investidores ainda não voltou aos criptoativos. A renda fixa continua sendo atrativa para a maior parte do capital brasileiro”, afirma Buzaym.

No caso do Ethereum, a queda foi ainda maior, registrando 9.453,42, queda de aproximadamente de 54,70% em relação a setembro. Mas, assim como a Bitcoin, houve alta significante no final de outubro, refletindo um aumento de 21% no preço da Ethereum no período, que fechou em R$ 8.807,57. O valor médio ficou em R$ 7.279,97.

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De acordo com a avaliação de Buzaym, as perspectivas futuras para as criptomoedas, especialmente o Bitcoin, são extremamente positivas, apesar da queda de preço nos últimos 12 meses, desde a alta histórica em novembro de 2021 a Bitcoin já amarga 70% de queda.

criptomoedas

“O Bitcoin continua tendo as mesmas características que dão valor a ela, com destaque para a escassez programada e para a não-sujeição aos efeitos de políticas monetárias inflacionárias. Indicadores on-chain, isto é, insights retirados a partir de dados da rede Bitcoin, mostram que as conhecidas wallets de baleias continuam acumulando a criptomoeda. Além disso, métricas públicas das corretoras internacionais têm mostrado um intenso fluxo de capital de compra (moeda corrente e stable coins) entrando nas exchanges”, explica.

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Para o mês de novembro, de um ponto de vista mais técnico, espera-se um mês mais conservador, mas o otimismo é o mesmo de outubro. Enquanto o cenário macroeconômico melhorar, ou pelo menos permanecer como está, o investidor de criptomoedas deve voltar a fazer contribuições para aproveitar o baixo preço de acumulação.

“O risco de quedas mais acentuadas fica por conta da correlação com o mercado financeiro tradicional: se houver queda forte nas bolsas americanas, as ações e a renda variável como um todo devem sofrer e, claro, as criptomoedas – ainda mais voláteis – devem seguir o movimento de baixa. Isso pode acontecer, como aprendemos nos últimos anos, como resultado de qualquer evento de incerteza global (pandemia, guerras etc.)”, analisa.

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