Espadas vikings fincadas na pedra são encontradas em túmulos

Os artefatos têm cerca de 1200 anos e a conexão com Odin é a hipótese mais provável, que justifica a presença das espadas, mas não é a única
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 03/11/2022 23h06
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Imagem: Uma das espadas, de pé na sepultura antes de sua escavação completa. Créditos: The Archaeologists/National Historical Museums, CC BY
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Arqueólogos encontraram duas espadas vikings, de aproximadamente 1.200 anos, fincadas perpendicularmente (formando um ângulo de 90º com a superfície) em túmulos na Suécia. Não se sabe por que essas duas espadas foram enterradas eretas, mas dentre as possibilidades analisadas pela equipe, está a conexão com o deus guerreiro nórdico Odin e seu domínio Valhalla, onde guerreiros mortos supostamente residiam sob a liderança de Odin.

Em entrevista ao Live Science, esses pesquisadores declararam que essa ação é de um grande simbolismo, pois “quando você encontra espadas em túmulos – o que não acontece com muita frequência – eles muitas vezes se deitam ao lado do indivíduo enterrado, como um companheiro fiel na viagem para o próximo mundo.”

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No mesmo local, a equipe encontrou um grande campo de túmulos cobrindo uma área de pouco menos de 120 metros quadrados, com pelo menos 100 enterros cremados. A maioria dos sepultamentos ocorreu no final da Idade do Ferro (1.200 a.C a 1000 d.C), e as sepulturas eram compostas por pedras e tinham até 7 metros de diâmetro.

Os dois enterros com espadas vikings têm cerca de 5 metros de diâmetro e datam do século IX ou X d.C. De acordo com os arqueólogos era muito incomum incorporar sepulturas antigas em novas durante o final da Idade do Ferro. “Isso mostra que a construção das duas configurações de pedra com espadas foi feita deliberadamente, talvez para criar uma conexão com um certo indivíduo, ancestral ou grupo social.”

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Imagem: Uma das espadas, de pé na sepultura antes de sua escavação completa. Créditos: The Archaeologists/National Historical Museums, CC BY

Além das espadas, os dois enterros continham ossos humanos e animais cremados — incluindo os de cavalos, cães e pássaros que possivelmente foram sacrificados para a cerimônia de enterro — bem como peças de jogo feitas com ossos de baleia, vasos de cerâmica, pregos e rebites de ferro, entre outros objetos.

As espadas eram uma conexão dos Vikings com Odin

As espadas da Era Viking eram objetos caros, então, enterrar pessoas com esse instrumento representava um “enorme investimento”, pois as tornava “indisponíveis para uso futuro”, acrescentou a equipe. Ambas as espadas têm cerca de 90 centímetros de comprimento, e estão quebradas. Os mais de mil anos de existência e todo o processo de erosão do solo, contribuíram para a degradação do material.

Alguns pesquisadores sugerem que objetos pontiagudos presos em sepulturas eram “uma maneira de evitar que os mortos subissem”, mas a equipe acredita que para essa descoberta, essa hipótese não se aplica, “pois as espadas eram objetos muito preciosos”. Provavelmente, para essa finalidade teriam utilizado outros objetos pontiagudos, significativamente mais baratos.

Por fim, os arqueólogos planejam analisar em breve os restos humanos enterrados para determinar o sexo de cada pessoa, a idade que cada corpo tinha no momento da morte, e se apenas uma ou várias pessoas foram enterradas em cada túmulo. Será uma tarefa e tanto e trará muitos esclarecimentos a respeito da cultura dos Vikings.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.