A coluna de fumaça emitida durante a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em Tonga, no início deste ano, foi a mais alta do tipo já registrada pelos cientistas. A torre de cinzas, poeira e vapor de água chegou a 57 quilômetros acima do nível do mar, e foi a primeira pluma a entrar na mesosfera – a terceira camada da atmosfera terrestre.

A explosão foi a mais poderosa da Terra em mais de 30 anos, com uma força equivalente de 100 bombas de Hiroshima. Esse grande evento energético provocou um tsunami, que chegou até o Japão, e gerou ondas de choque atmosféricas. Uma série de recordes foram quebrados por esse evento, como as próprias ondas atmosféricas mais rápidas já registradas e a ocorrência de 590.000 relâmpagos.

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Além disso, o vulcão emitiu, junto com a pluma, mais vapor de água do que qualquer outra erupção registrada, o que poderia potencialmente enfraquecer a camada de ozônio e aquecer o planeta por anos. O estudo publicado na revista Science apontou que essa erupção bateu o recorde anterior do Monte Pinatubo, nas Filipinas, ocorrido em 1991, que se estendeu 40 quilômetros acima do nível do mar, em seu ponto mais alto.

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Em um comunicado, o principal autor do estudo, Simon Proud, um cientista atmosférico da Universidade de Oxford, no Reino Unido, declarou que este “é um resultado extraordinário, pois nunca vimos uma nuvem de qualquer tipo tão alta antes”. Outros especialistas em vulcões já estavam confiantes de que a erupção de Tonga era a mais alta do seu tipo. No entanto, determinar a altura exata da pluma da erupção foi muito desafiador.

Primeira pluma de erupção registrada a ultrapassar a troposfera

Na maioria das erupções, as plumas só alcançam a troposfera. Para enfrentar o desafio da medição, os pesquisadores criaram um novo método baseado em um fenômeno conhecido como “efeito paralaxe” — a diferença aparente na posição de um objeto quando visto a partir de múltiplas linhas de visão, semelhante à como os objetos “se movem” quando você abre um olho e depois outro.

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Para isso, os pesquisadores utilizaram imagens aéreas de três satélites meteorológicos geoestacionários diferentes e cada um capturou imagens da pluma em intervalos de 10 minutos, obtendo a altura exata do cume da pluma. Isso permitiu que a equipe não só trabalhasse a altura máxima da pluma, mas também visse como ela cresceu com o tempo.

Felizmente, esse novo método também poderá ser aplicado a outras erupções, independentemente do seu tamanho, ajudando os pesquisadores a padronizar a medição de plumas vulcânicas. Esse tipo de estudo ajudará a compreender como esse fenômeno afeta as mudanças climáticas.

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