Estrela “bizarra” localizada a 13 mil anos-luz da Terra tem característica única

Com essa informação os pesquisadores podem analisar esses corpos celestes e compreender sobre sua composição e sobre o ambiente ao seu redor
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 07/11/2022 19h35
magnetar-erupcao.webp
Uma poderosa explosão de raios-X entra em erupção de um magnetar - uma versão supermagnetizada de um remanescente estelar conhecido como uma estrela de nêutrons - nesta ilustração. (Crédito da imagem: NASA Goddard Space Flight Center/Chris Smith (USRA))
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma nova pesquisa descobriu uma estrela “estranha”, que parece ter a superfície sólida. Os cientistas chegaram a essa conclusão após analisarem os dados do Explorador de Polarimetria de Raios-X de Imagem (IXPE), um satélite que mede a polarização da luz de raios-x, a partir de fontes cósmicas.

Essa polarização indica para onde as ondas eletromagnéticas apontam. Com essa informação os pesquisadores podem analisar esses corpos celestes e compreender sobre sua composição e sobre o ambiente ao seu redor. No caso da estrela estranha, seu campo magnético é tão intenso e forte que suas camadas externas congelam e formam uma crosta sólida.

Leia mais:

Localizada a cerca de 13 mil anos-luz de distância da Terra na constelação de Cassiopeia, essa estrela de nêutrons foi a primeira a ser observada em luz de raios-X polarizada. Os dados obtidos na pesquisa revelaram algumas surpresas. Em primeiro lugar, esperava-se que tivesse uma atmosfera ao seu redor dessa estrela, e isso produziria um sinal onde a luz estava polarizada em uma direção específica. Porém, não foi esse o caso, pois os pesquisadores não encontraram nenhuma atmosfera.

Em busca de outras repostas para o fenômeno estelar

Outro fator estranho foi visto em energias mais altas, em que o ângulo de polarização foi virado exatamente 90 graus, em comparação com a luz em energias mais baixas. Este sinal só era esperado, caso a superfície do astro fosse sólida e cercada por um campo magnético do lado de fora. Esta crosta seria feita de uma rede de íons, com o campo magnético segurando tudo junto.

A coautora do estudo, a professora Silvia Zane, declarou que essa descoberta foi “completamente inesperada”. A equipe de pesquisa reconhece que pode haver outras explicações para as observações, mas esta é a primeira vez que uma superfície sólida em uma estrela tem sido uma hipótese viável. Futuramente, pretende-se investigar como a temperatura e a força do campo magnético podem interagir para mudar a superfície de uma estrela.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.