Os veículos elétricos têm tudo para dominar as ruas nos próximos anos, botando fim aos carros a combustão e mudando de vez o foco das fabricantes de automóveis na próxima década. 

Apesar da emissão zero de poluentes, esse mercado pode criar outro problema para o meio ambiente. Há uma busca constante por desempenho e alcance, o que não passa só pelos motores elétricos, mas também está relacionado as baterias, o componente mais caro e talvez o mais importante de um carro eletrificado.

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Com novas tecnologias e alta demanda, uma pergunta que vem ganhando força na indústria automotiva é: o que fazer com as baterias no fim da vida útil?

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Pois bem, além dos investimentos em células cada vez mais eficientes, um nicho que está crescendo é o de reciclagem. A ideia é aproveitar a capacidade restante das baterias de lítio para outros fins.

Nos EUA, a OnTo Technology quer produzir eletrodos novos a partir de baterias descartadas. Já a Tesla, já disse que vai usar as células com menos capacidade para gerar energia e até alimentar suas fábricas no futuro. Já a chinesa BYD, quer usar baterias para criar estações de energia estacionárias.

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E o Brasil?

Por aqui, também já existem iniciativas neste sentido. Um exemplo é a startup Energy Source, que criou métodos próprios para reciclar baterias. 

A empresa desenvolveu uma ferramenta que pode identificar até para qual fim uma célula usada pode servir, além de uma forma patenteada de separar metais. 

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Quando chegam ao processamento, as baterias são separadas conforme a química usada nas células. O que não pode ser recuperado passa por um triturador. 

No fim, um líquido especial facilita a coleta de materiais que ainda possuem valor comercial, como certos tipos de metais, que ainda estão presentas mesmo nas sobras de bateria. O restante é descartado por hidrometalurgia, um método que não utiliza fogo.

Startup que promete criar baterias para carros elétricos que carregam em cinco minutos capta investimento multimilionário
Imagem: Chesky/Shutterstock

Uma das parceiras da empresa é a Renault, que repassa desde 2017 baterias usadas. As células ainda úteis são aproveitadas em outros setores da indústria. 

O BMW Group Brasil, também firmou uma parceria com a metalúrgica Tupy e o Senai Paraná para encontrar formas de recuperar compostos químicos de baterias usadas. O projeto prevê investimentos de R$ 3,4 milhões.

A BMW fornecerá conhecimento técnico e as baterias do elétrico BMW i3 para o desenvolvimento do processo de reciclagem. O objetivo é reaproveitar o material ativo do cátodo e reutilizá-lo na fabricação de novas baterias, abrindo possibilidades para criar soluções como estações de recarga para EVs totalmente desconectadas da rede de energia, diz a empresa.

Vai faltar matéria-prima no futuro?

O mercado vive uma busca crescente por lítio, a principal matéria-prima das baterias. Até 2025, é esperado que o consumo cresça pelo menos quatro vezes, com os carros respondendo por 90% dessa fatia.

Vale destacar que vários eletrônicos também dependem das baterias de lítio para funcionar. Na prática, só vai sobrar 10% do componente no mundo para suprir a demanda das fabricantes de smartphones, por exemplo, reforçando a importância de criar métodos eficientes de reciclagem.

Imagem principal: Smile Fight/Shutterstock

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