O programa Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que realiza o levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, desde 2015, registrou o maior número de área desmatada do bioma, em outubro de 2022: 903,86 km².

Na sexta-feira (4), foi divulgado um número parcial, que contabilizava a área desmatada até o dia 28 de outubro. Naquele momento, o total apontado pelo Deter já era de 813,2 km², porém os especialistas apontavam que ele iria aumentar.

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Esse é o quarto ano consecutivo de recordes. No ano passado, durante a participação do Brasil na COP 26, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o clima, que ocorreu em Glasgow, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ao ser questionado sobre a alta do desmatamento apontada pelo levantamento do Deter, ele alegou desconhecer tais dados.

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O próximo passo nesse sentido será a divulgação da taxa Prodes de desmatamento, mais um programa do Inpe destinado a medir o desmatamento anual da Amazônia. No ano passado, mesmo com a informação disponível durante a COP 26, o governo do presidente Jair Bolsonaro só divulgou a informação após o final do evento.

Divulgação de números Amazônia é feita durante a COP 27

Esse novo recorde de desmatamento do Deter foi publicado em meio à participação do Brasil na COP27, no Egito. O país por decisões governamentais ficou de fora, na segunda-feira (7), da Parceria de Líderes para Floresta e Clima, que conta com 26 países. Em nota, o Itamaraty declarou que há fotos com melhor formato para “tratar das necessidades dos países em desenvolvimento”. Cabe destacar que o Brasil lidera a derrubada de florestas.

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O principal objetivo do Deter é auxiliar na confecção de políticas públicas de combate ao desmate, e não somente mensurar o desmatamento da Amazônia. As taxas altas registradas pelo Deter podem apontar para um aumento nos números que será publicado pelo Prodes. Além disso, vale fazer o adendo de que, em 2015, houve uma atualização nos sensores do programa Deter, o que impede uma comparação justa com anos anteriores, quando a precisão era inferior.

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