Cientistas da Austrália estão testando um novo anticoncepcional masculino. Chamado de ADAM, o modelo é um tipo de hidrogel não hormonal aplicado de forma não invasiva nos ductos espermáticos, o que bloqueia a passagem dos espermas

De acordo com o estudo, divulgado pelo O GLOBO, o produto se dissolve no organismo após dois anos, ou seja, não é uma ação permanente, como as famosas vasectomias.  

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No entanto, embora diferente, o ADAM possui o mesmo efeito que a cirurgia, sendo projetado “para impedir que o esperma viaje pelos vasos deferentes sem afetar a sensação ou a ejaculação. Os espermatozoides bloqueados naturalmente se degradam e são absorvidos. No final de sua vida útil, o hidrogel se liquefaz, removendo a barreira ao fluxo de esperma”. 

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Idealizado pela empresa Contraline, o teste avaliará 25 participantes, dos quais quatro já receberam o gel, aplicado via injeção indolor, já que uma anestesia local é utilizada. O procedimento leva menos de 30 minutos. 

anticoncepcional masculina em forma de vacina
Imagem: shutterstock/Ground Picture

“Se for bem-sucedido, pode ser um divisor de águas, garantindo que a contracepção seja uma responsabilidade compartilhada entre os casais. Até o momento, os procedimentos de implantação foram extremamente bem e os pacientes receberam alta rapidamente após as cirurgias”, disse o urologista Nathan Lawrentschuk, principal autor do estudo. 

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Assim como a maioria das pesquisas de desenvolvimento de medicamentos, o que inclui diversas fases de testes clínicos, o estudo do projeto ADAM vai até 30 de junho de 2025. Os participantes serão acompanhados por esse tempo e fornecerão, por 3 anos, amostras do sêmen para análise.  

O intuito é avaliar a chamada azoospermia absoluta, ou seja, a ausência de espermatozoides no sêmen. Dados sobre segurança, porcentagem de motilidade e contagem de esperma também serão levantados. 

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Mais estudos sobre anticoncepcional masculino 

Uma curiosidade destacada pelos pesquisadores foi a quantidade de escritos para o processo de testes. O número de inscrições de participantes superou o esperado em três semanas, indo além das expectativas dos cientistas. 

Para o grupo, a disputa pode ter uma explicação simples: a falta de opção de contracepção masculina. Embora muitos estudos já estejam em andamento, prometendo um produto eficaz para os próximos anos, ainda não há uma alternativa aprovada e disponível no mercado. 

Recentemente, cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia completaram os testes finais de um anticoncepcional masculino em vacina. Chamado de Risug (Inibição Reversível do Esperma Sob Controle), a injeção foi considerada melhor que a vasectomia e deve ter sua versão final liberada em 2023. Outra equipe de estudos, essa dos EUA, também está na corrida por um contraceptivo masculino. Saiba mais aqui. 

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