Radiotelescópio solar da China está pronto para vigiar o Sol

Com um investimento de mais de R$75 milhões, o radiotelescópio chinês terá mais de 300 antenas em forma de prato para investigar o Sol
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Flavia Correia 16/11/2022 16h15, atualizada em 17/11/2022 19h15
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Neste domingo (13), a China finalizou a construção do radiotelescópio Daocheng Solar Radio, que será utilizado para observar diretamente o Sol. A informação foi publicada na revista Nature, e a previsão é de que esse conjunto de telescópios, com mais de 300 antenas em forma de prato, seja inaugurado em 2024.

Embora o investimento desembolsado pelo país asiático tenha sido alto (o equivalente a cerca de R$75 milhões), o retorno esperado em forma de ciência promete ser ainda maior, pois com ele será possível observar nossa estrela em grandes detalhes, abrindo caminhos para novas pesquisas.

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Vista aérea do radiotelescópio Solar Daocheng, da China, em construção perto da borda do planalto tibetano. Créditos: China News Service / Liu Zhongyan

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As observações desse novo radiotelescópio, baseado em solo, complementarão às de equipamentos no espaço, como as sondas Parker Solar Probe, da NASA, e Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), lançadas em 2018 e 2020, respectivamente. Ao trabalharem juntos, esses telescópios fornecerão dados sem precedentes sobre o Sol.

Uma vantagem apontada pelos cientistas é que esse telescópio iniciará suas atividades em um momento especial dentro do ciclo de 11 anos do Sol, pois a estrela estará em um estágio altamente ativo nos próximos dois anos. Essa feliz coincidência permitirá a visualização de eventos solares intensos, como as erupções, ejeções de massa coronal e outros fenômenos na superfície do astro.

A colaboração entre os telescópios e a especialização em observar o Sol vão fornecer padrões que podem facilitar previsões sobre o clima solar e sua interação com a Terra. O equipamento promete grande potencial para lidar com problemas oriundos de erupções solares perigosas, por exemplo, que são capazes de causar estragos em satélites, falhas no sistema GPS e mais.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.