De 18 a 24 de novembro é celebrada a Semana Mundial de Conscientização Sobre o Uso de Antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos, antivirais e antiparasitas). Embora o medicamento tenha revolucionado a medicina em 1928, quando a penicilina foi descoberta, o uso excessivo e incorreto dos fármacos tem sido responsável pelo crescimento das chamadas superbactérias, microrganismo que se tornaram resistentes aos efeitos da classe de remédios

Recentemente, por exemplo, um levantamento feito pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) mostrou que 35 mil pessoas morreram na Europa entre 2016 e 2020 devido a infecções motivadas pela resistência a antibióticos. Para o órgão, assim como para diversos especialistas, o impacto na saúde já pode ser comparado ao da gripe, tuberculose e aids juntos. 

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil mortes são registradas anualmente — número que pode chegar a 10 milhões até 2050 — em decorrência das superbactérias. “A ampliação da resistência aos antibióticos é uma ameaça global, pois interfere diretamente na capacidade de tratar as infecções”, disse Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica da Pró-Saúde. 

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A fim de evitar uma pandemia de superbactérias criadas a partir da resistência aos antibióticos, há uma necessidade de conscientização não apenas dos médicos, mas também da população e lideranças políticas. Abaixo, Teles destacou cinco regras simples para não errar na hora de usar antibióticos. Confira! 

superbactérias
Imagem: suhtterstock/Lightspring

Cinco regras para o uso de antibióticos 

  1. Nunca use antibióticos sem indicação médica — Além dos riscos comuns como intoxicação, o uso indiscriminado de antibióticos colabora para o desenvolvimento de bactérias super-resistentes. Desde 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) realiza o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, a fim de evitar a automedicação. 
  1. Não reaproveite medicamentos de tratamento anteriores — Esse tipo de medicamento atua apenas contra infecções causadas por bactérias sensíveis ao fármaco específico, que atua exterminando ou interrompendo sua produção, ou seu metabolismo. Assim, utilizar antibióticos de tratamentos anteriores não é recomendado. 
  1. Faça o tratamento até o fim — No início do tratamento, parte das bactérias começam a ser eliminadas, ocasionando melhora pontual dos sintomas e a falsa impressão de que a medicação não é mais necessária. No entanto, após a suspensão do tratamento, as bactérias mais fortes começam a se multiplicar novamente, agora com o mapeamento do antibiótico utilizado, o que as torna mais resistentes. 
  1. Respeite os horários programados — Após o horário previsto, há risco de desenvolvimento da resistência bacteriana e retorno dos sintomas; e antes do horário, o paciente pode desencadear sintomas de intoxicação. Por isso, é essencial seguir as orientações do médico e farmacêutico. 
  1. Atenção na ingestão com alimentos e bebidas — O líquido mais indicado para ingestão dos antibióticos é a água. Utilizar leite, sucos, refrigerantes, chás ou café pode comprometer a eficácia do medicamento. A interação com bebidas alcoólicas pode levar à diminuição da eficácia do medicamento ou torná-lo tóxico, já que ambos são metabolizados no fígado. Além disso, alguns tipos de antibióticos têm sua absorção diminuída quando consumidos junto às refeições, por isso, é importante seguir as orientações da bula. 

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