O clima extremamente quente do Catar, o país-sede da Copa do Mundo de 2022, foi um ponto tão importante a ser discutido, que quase levou inviabilização da competição. Os jogos, comumente realizados entre os meses de junho e julho, tiveram de ser feitos entre novembro e dezembro, época em que a temperatura é mais amena. Além disso, outra forma encontrada pelos organizadores de driblar o calor foi a exigência de um sistema de ar-condicionado.

De acordo com os responsáveis por confeccionar o sistema de ar-condicionado, há vários pontos inovadores, como a localização, a ventilação integrada ao design, a questão da sustentabilidade e eficiência, até mesmo em ambientes abertos. Em cada estádio, a tecnologia funcionará de forma diferente, porém com um mesmo objetivo: criar “bolhas de resfriamento”, localizadas apenas onde estão a torcida, os jogadores e o campo. A meta é deixar essas áreas com temperaturas entre 18ºC e 24ºC.

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Para o público, foram colocados canais de ar frio embaixo dos assentos; já para os jogadores e o gramado, grandes tubos estão nas laterais e liberando ar frio. Tanto na arquibancada, quanto no campo, os dutos não ficam direcionados diretamente nas pessoas. O desenvolvedor da tecnologia, Saud Ghani, doutor pela Universidade do Catar e especialista em sistema de ventilação, disse que o sistema foi desenvolvido de modo que o ar frio “abrace” as pessoas gentilmente, transformando o ambiente em uma microbolha climática.

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Ar-condicionado na Copa do Catar

Ghani assegurou que, para garantir o funcionamento adequado do sistema, é preciso estudar o tamanho e o design do estádio e impedir a entrada de ar quente. Outro ponto importante a ser observado é a recirculação do ar que funciona de forma diferente em cada campo. Por conta da ventilação direcionada, os organizadores afirmam que o sistema de ar-condicionado pode ser ativado apenas duas horas antes do início dos jogos e é 40% mais sustentável do que as outras tecnologias usadas atualmente.

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Imagem: Sistema de refrigeração das arquibancadas nos estádios do Catar. Créditos: Reprodução/Fifa

Todo o sistema de resfriamento é abastecido por uma fazenda de energia solar no deserto, a 50 quilômetros de distância do estádio e com 10 quilômetros de extensão. Essa atitude faz parte da promessa do Catar de realizar jogos com emissão zero de gases estufa. Ghani não patenteou a tecnologia, pois tem esperança de que ela seja utilizada por outros países quentes para garantir a segurança e o conforto de eventos esportivos. O único estádio que não conta com o sistema de resfriamento é o 974, a primeira arena completamente desmontável em Copas do Mundo.

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