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Não estamos falando dos Daleks de Doctor Who, Robocop, Skynet ou até mesmo os replicantes de Blade Runner. O Departamento de Polícia de San Francisco (SFPD, na sigla em inglês) fez um pedido ao Conselho de Supervisores para que os policiais possam fazer uso de robôs capazes de matar suspeitos de cometer crimes.
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O projeto de Lei está sofrendo forte oposição pelos membros do conselho. Aaron Peskin, presidente do Comitê de Regras do Conselho de Supervisores, defende que a força dos robôs não deve ser usada contra qualquer pessoa.
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Posteriormente, o SFPD decidiu fazer mudanças no documento, retirando do pedido a permissão de matar pessoas suspeitas. Após isso, Peskin reconsiderou e decidiu aceitar o uso de robôs pelo departamento policial, pois passou a acreditar que pode haver “cenários em que o emprego de força letal fosse a única opção”.
Em 2019, a Polícia do Estado de Massachusetts já utilizava os robôs nos exercícios de treinamento. Em 2021, o Departamento de Polícia dos Estados Unidos teve que interromper o uso dos dispositivos da Boston Dynamics, empresa de robótica, após a divulgação de imagens que mostravam o robô Spot invadindo casas no Bronx.
Atualmente o SFPD tem 17 robôs com capacidade letal em seu arsenal, sendo 12 totalmente funcionais. O porta-voz do departamento, Robert Rueca, diz que eles nunca foram utilizados para atacar ninguém. Segundo a autoridade, os robôs são controlados de forma remota para investigar, desarmar bombas e vigiar áreas difíceis ou perigosas.
Uma carta assinada por diversas empresas da área, como a Boston Dynamics, Agility, ANYbotics, Clearpath Robotics e Open Robotics, critica e se opõe em relação ao armamento de robôs.
“Acreditamos que adicionar armas a robôs que são operados remotamente ou de forma autônoma, amplamente disponíveis ao público e capazes de navegar para locais antes inacessíveis onde as pessoas vivem e trabalham, levanta novos riscos de danos e sérios problemas éticos. As aplicações armadas desses robôs recém-capacitados também prejudicarão a confiança do público na tecnologia de maneiras que prejudicam os enormes benefícios que trarão para a sociedade”, diz a carta.
Conforme relatado pelo Mirror Local, advogados e profissionais de justiça também se opõem contra o uso dos robôs.
“Estamos vivendo em um futuro distópico, onde debatemos se a polícia pode usar robôs para executar cidadãos sem julgamento, júri ou juiz”, disse Tifanei Moyer, advogado sênior do Comitê de Advogados para Direitos Civis de San Francisco. “Isso não é normal, nenhum profissional do direito ou residente comum deve agir como se fosse normal.”
A primeira versão do projeto de lei que pretende acatar o uso de força letal pelos robôs foi aprovada pelo comitê de regras na última semana. No dia 29 de novembro, o projeto será votado por um conselho.
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