Arqueólogos encontram mural com mais de mil anos que havia sido destruído por caçadores de relíquias no Peru

Mural foi construído com mais de 30 metros e foi achado com cerca de 10
Matheus Barros26/11/2022 10h32
Huaca Pintada
Imagem: Divulgação/Sâm Ghavami
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Uma equipe de arqueólogos peruanos conduzida por um pesquisador da Suíça encontrou um mural pintado em meados de 900 d.C. A obra arquitetônica encontrada em Túcume, no norte do Peru, já havia sido descoberta por caçadores de relíquias há mais de um século. 

A parede conhecida como Huaca Pintada foi revelada em 1916. Caçadores de relíquias tentaram vender a obra, mas foram impedidos por moradores da região. Para se vingar, eles decidiram destruir o achado histórico. 

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A obra foi esquecida por mais de 100 anos e só podia ser vista por fotos do etnógrafo alemão Hans Heinrich Brüning, que fotografou a parede antes e depois da ação dos caçadores de relíquias. 

Os responsáveis pela redescoberta imaginavam encontrar pequenos fragmentos da peça, no entanto, se depararam com 10 metros de pintura. Segundo os arqueólogos, a parede foi construída com 30 metros. Quando achada pelos caçadores, havia cerca de 18 metros remanescentes e eles não destruíram ela inteira. 

O arqueólogo suíço Sâm Ghavami disse, à Folha de São Paulo, que “as coordenadas da localização do mural eram desconhecidas. Sabíamos que estava na região, mas o lugar estava completamente abandonado”. 

O sítio arqueológico fica em uma propriedade privada e os donos não queriam ninguém escavando a região. O suíço visitou o local em 2014 e só depois de dois anos conseguiu acesso ao local e começou a pesquisa, de fato, apenas em 2018, com apoio da Fundação Nacional de Ciência da Suíça

Huaca Pintada
Imagem: Divulgação/Sâm Ghavami

“Foi sempre um grande mistério, porque ninguém tinha realmente explorado o terreno”, contou. A equipe passou cerca de dois anos buscando pela Huaca Pintada e os primeiros fragmentos da parede foram encontrados em 2021.

Ghavami explica que a iconografia encontrada no mural representa um período de transição entre duas etnias, o declínio da tradição moche (ou mochica) e o crescimento da cultura lambayeque, estabelecida de 900 a 1.350.

Via: Folha de São Paulo

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Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.