Todo mundo conhece alguém, ou já foi o protagonista, que fez (ou faz) “xixi” na cama ou na roupa por não conseguir segurar a urina. Entre adultos e idosos, a situação é sempre tratada com seriedade, já que o caso configura uma possível incontinência urinária. No entanto, o que pouca gente se atenta é que, no caso de crianças, o mesmo diagnóstico pode ser válido. 

Até os 5 anos, a perda de urina é considerada extremamente comum, principalmente a enurese — quando a criança faz “xixi” na cama — um dos problemas urinários mais comuns na infância. Isso porque até essa idade, as crianças ainda não têm o controle da bexiga no período noturno. 

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Após os 5 anos, porém, é preciso que os pais fiquem alerta, pois a perda urinária não é mais considerada normal. Segundo especialistas, cerca de 10% das crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, sofrem de incontinência noturna, sendo mais comum entre os meninos. Já a incontinência diurna é mais comum entre as meninas. 

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A incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Entre as possíveis causas para o problema estão: infecção urinária ou vaginal, consequências de algumas cirurgias, constipação intestinal, obstrução da uretra por aumento da próstata, lesões na coluna, efeito colateral de medicamento e fraqueza nos músculos pélvicos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), as mulheres são as mais atingidas pela doença (35%) frente a apenas 10% de homens. 

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Imagem: shutterstock/MRAORAOR

De acordo com Michele Brajão, enfermeira estomaterapeuta e coordenadora da clínica ConvaCare, já existem tratamentos promissores para incontinência urinária em crianças e adolescentes, principalmente quando a causa é a fraqueza dos músculos pélvicos. 

“Para aprimorar o tratamento da incontinência urinária em crianças, há avaliação não invasiva e procedimentos avançados, além de treinamento vesical por biofeedback e estimulação elétrica que podem trazer grandes benefícios no controle da incontinência”, contou. 

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O novo tratamento que faz a reabilitação das crianças e adolescentes traz de volta a autoestima deles e reduz os problemas emocionais, visto que, a maioria dos jovens que sofrem de incontinência se isolam socialmente por vergonha. O método visa estimular, por meio de exercícios, uma adaptação e o treinamento do músculo pélvico, sendo que, o tempo para que esse problema seja solucionado é menor do que o comum. 

Causas da incontinência na infância 

Segundo os especialistas são diversos os fatores que podem ocasionar a incontinência urinária nas crianças. Dente eles estão: 

  • Condições morfológicas das vias urinárias, fatores genéticos, hormonais e emocionais. 
  • Histórico familiar: uma criança tem 50% de risco de apresentar o problema, caso um dos pais tenha tido enurese noturna na infância. E se o pai ou a mãe enfrentou o problema quando tinha mais de 5 anos, o risco de o filho ter também nessa idade sobe para 75%; 
  • Fator emocional: as mudanças impactantes na família, como o nascimento de um irmão, a separação dos pais ou a morte de um parente próximo; 
  • Questões comportamentais: crianças que bebem muito líquido antes de dormir ou dormem em horários irregulares. 
  • Imaturidade do sistema nervoso central ou consequência de algum fator externo: diabetes, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade ou aumento da excreção de cálcio na urina. 

Os sintomas 

As crianças podem apresentar alguns sintomas da incontinência urinária, sejam eles noturnos ou diurnos, como: 

  • A enurese noturna é o sintoma mais comum nas crianças que sofrem de incontinência. Esses casos acontecem com bastante frequência, sendo algo que pode ser natural até os 5 anos porque a criança ainda está se adaptando no controle da urina, mas, após essa idade, já é necessário investigar a causa. 
  • A incontinência diurna pode ocasionar a urgência para urinar, a postergação da micção e também pequenos escapes durante o dia. 

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