Twitter: anúncios de grandes marcas são vistos em perfis de grupo preconceituoso

Diversos anunciantes manifestaram insatisfações pela aparição de peças publicitárias em contas reativadas por Elon Musk
Por Luann Motta Carvalho, editado por Lyncon Pradella 07/12/2022 12h48
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Imagem: Shutterstock
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De acordo com informações divulgadas pelo The Washington Post, anúncios de cerca de 40 marcas e empresas de alta reputação foram avistados em páginas de supremacistas brancos no Twitter. Entre as grandes corporações, estão o Snap, a Uber e a Amazon.

Além das empresas mencionadas, outras marcas também foram vistas nessas páginas do Twitter, como os veículos da mídia USA Today e Morning Brew. Até mesmo o anúncio de uma organização governamental aparecia nas contas, caso do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

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Os anúncios puderam ser vistos nos perfis de Andrew Anglin, editor do site neonazista The Daily Stormer, e Patrick Casey, líder do grupo nacionalista branco American Identity Movement. Ambos os perfis haviam sido banidos do Twitter no passado, mas retornaram à plataforma após a chegada de Elon Musk.

Isso porque o novo CEO do Twitter questionou os usuários sobre uma “anistia geral” para contas suspensas na rede social. Com a maioria dos seguidores de Musk se mostrando favorável aos retornos, os supremacistas citados voltaram abertamente à plataforma.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA afirmou ao The Washington Post que vai paralisar seu anúncio pelo Twitter porque “apresentá-lo em canais odiosos do Twitter é inconsistente com nossos valores”. O USA Today afirmou que tentaria entrar em contato com a plataforma “já que isso obviamente não se alinha com nossos valores ou missão”.

Após a publicação da matéria do The Washington Post, os anúncios não apareciam mais nas contas dos supremacistas brancos. Segundo um ex-funcionário do Twitter, as páginas precisam ser sinalizadas para evitar a exibição de publicidade nelas.

A matéria também destaca as tensões desenvolvidas com a moderação de Musk no Twitter. O empresário já declarou várias vezes ser favorável à “liberdade de expressão absoluta” e indicou que, no seu comando, a plataforma teria uma abordagem mais branda em relação à moderação de conteúdo.

Musk desbaniu contas como a de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, e as marcas se opõem aos seus anúncios aparecendo ao lado de conteúdo censurável. Apesar disso, o CEO do Twitter vem procurando tranquilizar os anunciantes.

Por fim, as demissões em massa de Musk causaram uma desconfiança das empresas em relação à segurança do Twitter. Grandes agências de publicidade recomendaram que as marcas parassem de anunciar na rede social após as mudanças. No entanto, a Apple e a Amazon retornaram com suas camapanhas publicitárias na plataforma recentemente.

Informações via The Verge e The Washington Post

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Luann Motta Carvalho é estudante de Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense e atua profissionalmente na área desde 2020. Atualmente é redator da editoria de Internet e Redes Sociais.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.