A quebra de paradigmas faz parte do dia a dia das mulheres, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Quando falamos sobre o mercado de trabalho na área de TI, há um paradigma ainda mais forte a ser superado, visto que é um mercado estigmatizado como predominantemente masculino.

Esta visão acaba limitando a busca feminina por espaços na área, e apesar dos avanços já conquistados – dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, apontam um crescimento de 60% na representatividade feminina na área de TI nos últimos cinco anos – ainda há uma grande disparidade entre homens e mulheres que ocupam cargos de liderança do setor.

publicidade

Leia mais:

Falo sobre este assunto com propriedade, visto que trilhei esta estrada e acompanho de perto esta realidade. Por isso, me esforço diariamente para tornar mais fácil o caminho de colegas que desejam ingressar no mercado de trabalho tecnológico, ou até mesmo aquelas que já estão inseridas nele, mas galgam novas posições.

publicidade

Análises mostram que os soft skills femininos são potenciais enormes para o setor, complementando o conhecimento mais técnico/matemático que a área demanda. Características como a capacidade de adaptação e flexibilidade, e habilidades de gestão, tem formado equipes poderosas nas empresas do setor.

Isto tem atraído atenção à esta pauta e aumentado os movimentos de inclusão de mulheres, desde a base de formação até a jornada de carreira. Pessoalmente, gostaria de exaltar alguns dos projetos que participo, e que merecem a menção.

publicidade

Destaco aqui o Ser Mulher em Tech, um projeto voluntário criado para apoiar a inclusão de mulheres no mercado de tecnologia, desde a formação, até orientação de carreira, mentoria e indicação de vagas. Nele, participo como mentora, junto de colegas de profissão e da Softtek, empresa onde atuo como Vice-presidente de Negócios, e que é parceira e patrocinadora do projeto de mentoria.  Ressalto, também, o projeto Elas em Ação, do grupo Meu Futuro Digital, que atua na formação de jovens meninas no mercado de tecnologia, e do qual eu e a empresa também participamos.

Participo, ainda, de um grupo intitulado Mulheres Fazendo Negócios, que incentiva o fortalecimento da conexão entre as mulheres no mercado de trabalho, e a geração de negócios dentro desta rede de comunicação. Nele, atuo como membro do grupo no relacionamento com empreendedoras, buscando espaço para novos negócios e oportunidades para mulheres no mercado de trabalho.

publicidade
Como editar foto de perfil para redes sociais
Imagem: Roman Samborskyi / Shutterstock

Acredito fortemente que a mudança deve ser sistêmica, e começar dentro das empresas, revisitando políticas e cultura interna. Por isso, me alegro em ter a oportunidade de trabalhar em uma empresa proativa em prol da inclusão feminina, com projetos em andamento nesse viés.

Cito como exemplo o Power Up Mentorship, um projeto global interno da Softtek orientado às colaboradoras da empresa, com o intuito de fomentar aliderança e empoderamento feminino, impactando positivamente suas carreiras. Lidero pessoalmente este projeto no Brasil, organizando-o localmente e conduzindo as sessões/encontros com os grupos, gerando conteúdos, debates, temas/vídeos e demais aspectos do projeto.

Acredito que o temos de mais valioso para oferecer é o nosso tempo e atenção. Dar a alguém a nossa disponibilidade, se doar, compartilhar a nossa experiência, visando tornar sua trajetória menos sinuosa que a nossa.  

No meu entendimento, a chave do sucesso da mentoria voluntária, e destes projetos, é a reciprocidade entre mentorada e mentora. Afinal, todo mundo tem algo a ensinar e algo a aprender. Temos um longo caminho a percorrer, mas confio que, juntas, conseguiremos tornar o mercado tecnológico cada vez mais inclusivo, e feminino.

Ana Dividino é Vice-presidente de Negócios da Softtek Brasil

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!