Até pouco tempo, Inteligência Artificial (IA), machine learning, big data, impressão 3D, data analytics e metaverso eram ferramentas distantes do universo da Medicina. Felizmente, o cenário mudou. Na última década, acompanhamos avanços significativos na ciência, em especial, o uso de tecnologias que melhoram a vida de médicos e pacientes.
E, com o avanço da globalização, impulsionada pelo aumento do acesso à internet e da ampla difusão de estudos e pesquisas, as tecnologias tornam-se cada dia mais acessíveis.
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Apesar de ter se popularizado recentemente na saúde, o conceito de IA não é novo: o estudo de sistemas capazes de realizar tarefas similares ao cérebro humano acontece desde a década de 1940.
O neurofisiologista Warren McCulloch e o matemático Walter Pitts, apresentaram pela primeira vez em 1943 um artigo que falava de redes neurais, estruturas de raciocínio artificiais em forma de modelo matemático que imitam o sistema nervoso. Em 1950, Alan Turing, considerado o “pai da computação”, realizou o “Teste de Turing”, uma forma de avaliar se uma máquina consegue se passar por um humano em uma conversa por escrito¹.
Os avanços desses profissionais e de inúmeros outros ajudaram a humanidade a alcançar o patamar que temos hoje. Obviamente, ainda não existem – e não existirão – algoritmos capazes de substituir o trabalho dos profissionais de saúde, afinal, apenas o ser humano pode entender o outro de maneira singular. Mas é fato que a IA tem contribuído sumariamente para a entrega de uma saúde mais preditiva, preventiva e personalizada.
Hoje, por exemplo, os algoritmos têm o poder de otimizar processos de atendimento, integrar dados clínicos, contribuir para diagnósticos mais rápidos e precisos, apoiar decisões sobre conduta médica, fortalecer pesquisas sobre novos medicamentos e promover mecanismos de vigilância sanitários. Uma verdadeira revolução na saúde.

E, para que todos esses benefícios sejam efetivados, a interoperabilidade de dados, com aplicação de tecnologias como IA, é um dos pontos que avalio como fundamental. Essa dupla permite uma visão holística e preventiva do usuário de saúde, identificando e informando à pessoa, por exemplo, que seu exame está alterado e que ela deveria aprofundar a investigação. Também é possível, acionar casos graves e que mereçam intervenção de urgência, salvando vidas.
Um dos exemplos protagonizados recentemente no Brasil é um sistema é capaz de analisar tomografias e identificar, a partir das imagens, qual o percentual de um pulmão que foi acometido pela Covid-19. No entanto, essas informações só se tornam disponíveis quando diversas fontes de dados em saúde conversam entre si. Quando isso acontece, os modelos estatísticos tornam-se mais precisos e, com isso, trazem uma previsão de custo do benefício alinhado com o mundo real.
Na área corporativa, o uso da Inteligência Artificial também contribui para a sustentabilidade dos benefícios de saúde e para o equilíbrio financeiro das empresas. Funciona como uma inteligência aumentada, ajudando a tornar realidade uma nova geração de modelos estatísticos e matemáticos.
Em vez de termos informações desagregadas no momento de calcular o risco epidemiológico de uma carteira, algoritmos realizam essa estimativa de maneira muito mais precisa, apoiada pelo processamento de dados.
Essa operação já faz parte do nosso dia a dia e, com certeza, norteará todo o setor da saúde nos próximos anos, com os benefícios de diagnósticos e tratamentos mais eficazes, médicos que conseguem atuar com mais precisão, além de oportunidades sustentáveis para o setor, diminuindo gastos, sinistralidade e inflação.
Ricardo Ramos é head de gestão médica e tecnologia da Dasa Empresas
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