A Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein mudou a forma como enxergamos muitas coisas no universo. Uma delas é que o tempo é relativo de acordo com a gravidade e não constante como se pensava. Uma das consequências disso, é que quanto maior a altitude que nos encontramos na Terra, mais rápido o tempo passará para nós. Ou seja, uma pessoa no alto do Monte Everest provavelmente vai envelhecer mais rápido que quem está no nível do mar. 

Na teoria da relatividade geral o universo é composto por quatro dimensões, três delas espaciais e uma temporal. A gravidade, em uma explicação simples, é um objeto com massa capaz de distorcer esse ambiente quadridimensional. Dessa forma, mais gravidade significa maior distorção no espaço tempo. 

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O físico James Chin-wen Chou, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) em Boulder, em resposta ao LiveScience explicou que quanto mais distante de um campo gravitacional, menor é a distorção e consequentemente a dilatação do tempo. 

“A gravidade nos faz envelhecer mais devagar, em termos relativos. Comparado a alguém que não está perto de nenhum objeto maciço, estamos envelhecendo mais lentamente em uma quantidade muito pequena. Na verdade, para esse alguém, todo o mundo ao nosso redor evolui mais lentamente sob o efeito da gravidade.” explicou ele

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Gravidade e a percepção de tempo

Em relação à altitude em que um objeto se encontra na Terra, a gravidade também afeta diretamente a percepção de tempo. Em dois pontos de diferentes altitudes no planeta a dilatação do tempo é diferente. Quanto mais perto do centro de massa e do centro de gravidade, mais devagar vai se passa o tempo. De forma que os pontos mais baixos do planeta e consequentemente mais próximo do centro da Terra, maior a distorção.  

Em um experimento com relógios atômicos, relógios de altíssima precisão, cientistas do NIST demonstraram que o tempo passa mais rápido apenas 0,2 milímetros acima da superfície terrestre. Entretanto, no cotidiano essa diferença temporal não é tão grande.

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Se gêmeos fossem selecionados para passarem certo tempo no alto do Monte Everest ou no nível do mar, a diferença seria bem pequena. Se eles fossem mantidos durante 30 anos, um no ponto mais alto do planeta a 8848 metros de altitude e outro no nível do mar, passado esse período, o que estava no alto do monte everest seria apenas 0,91 milissegundos mais velho do que o que passou no nível do mar.

GPS e a distorção do espaço-tempo

Apesar disso, em situações não cotidianas, essa distorção precisa ser considerada. Uma dessas situações é nos satélites de GPS. A mais de 20 mil km acima da superfície terrestre, os satélites exigem extrema precisão para funcionarem. Dessa forma, eles precisam se ajustar ao fato de que eles funcionam 47,5 microssegundo mais rápidos a cada 24 horas.

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“Como eles [os satélites GPS] estão se movendo em alta velocidade e longe da Terra, os efeitos relativísticos da velocidade e da gravidade precisam ser cuidadosamente contabilizados para que possamos inferir nossa posição no globo com alta precisão” explica Chou.

Portanto, pessoas em diferentes altitudes da Terra envelhecem mais rápido que as outras. Entretanto a diferença é tão imperceptível, que morar no nível do mar, não vai te manter mais jovem do que alguém no alto do Everest.

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