Uma ambiciosa missão de mapeamento do espaço identificou cerca de 250 mil galáxias na busca para entender melhor a energia escura, uma força misteriosa que vem fazendo com que o universo se expanda a uma taxa acelerada.

Cientistas recrutaram astrônomos amadores para ajudá-los a classificar as observações do Telescópio Hobby-Eberly no projeto Dark Energy Explorers para mapear galáxias. Imagem: Universidade do Texas

Segundo o site Space.com, os resultados entregues pelo HETDEX (sigla em inglês para Experiência de Energia Escura do Telescópio Hobby-Eberly), com sede no Observatório McDonald, da Universidade do Texas em Austin, não teriam sido possíveis sem a ajuda de mais de 10 mil astrônomos amadores.

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Esses voluntários contribuem on-line para um projeto chamado Dark Energy Explorers (Exploradores da Energia Escura), usando nada mais do que um smartphone ou um computador para diferenciar uma galáxia real de ruídos aleatórios.

Isso permite que eles explorem os mistérios do universo junto aos cientistas, “caçando” galáxias distantes e ajudando a aprender mais sobre a energia escura.

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Mapa 3D mais extenso do universo

O objetivo do projeto é construir o mapa 3D mais extenso do cosmos, concentrando-se em galáxias no universo primitivo para medir as taxas de expansão e, assim, encontrar pistas sobre essa misteriosa força.

Os operadores do HETDEX esperam ampliar o projeto, que começou em fevereiro de 2021, com a inclusão de mais astrônomos amadores. Isso ocorre porque as galáxias que a pesquisa identificou até agora representam apenas um décimo do número total que se pretende descobrir na área celeste que examina, que é equivalente em tamanho a cerca de duas mil luas cheias.

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“É por isso que precisamos de mais pessoas”, disse o professor de astronomia da UT Austin, Karl Gebhardt, em um comunicado. “Se conseguirmos chegar a 100 mil pessoas se voluntariando, o que eu acho que é factível em todo o mundo, então chegaremos lá no próximo ano”.

Os voluntários da Dark Energy Explorers fazem uso da plataforma Zooniverse através do site ou de seu aplicativo para celular. Essa ferramenta representa a maior organização científica amadora do mundo e permite que os usuários selecionem o projeto Dark Energy Explorers de uma lista de opções após criar uma conta gratuita.

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Os voluntários usam um aplicativo para apontar galáxias verdadeiras a partir de imagens como essas no projeto Dark Energy Explorers. Imagem: Universidade do Texas

Depois de assistir a um breve tutorial, eles visualizam imagens astronômicas e selecionam se o que estão vendo representa uma galáxia próxima ou distante e, portanto, antiga. Eles então embarcam em um fluxo de trabalho distinto no qual decidem se uma imagem apresenta uma galáxia ou simplesmente ruído aleatório.

“É realmente emocionante ver como o público está entusiasmado com a classificação dessas galáxias”, disse a líder do projeto, Lindsay House, estudante de pós-graduação da UT Austin.

Acredita-se que a energia escura seja responsável por cerca de 70% da composição do cosmos, mas, ainda assim, os cientistas sabem muito pouco sobre ela, além de seu efeito de acelerar a expansão do universo.

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Estudar a forma como as galáxias antigas se separam umas das outras poderia ajudar a entender melhor a dinâmica da energia escura, e este é um passo vital para determinar o que ela é e de onde vem. Para fazer isso e ter um vislumbre da energia escura em ação, no entanto, os astrônomos precisam de uma amostra volumosa de galáxias distantes para estudar. 

E esse gigantesco catálogo de galáxias antigas é exatamente o que o HETDEX pretende construir.

Com o programa Dark Energy Explorers, que é fundamental nisso, cientistas amadores reduzem em 90% o tempo que os astrônomos gastam reconhecendo galáxias, permitindo que eles se concentrem em identificações mais complexas.

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