Um artigo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters revela que o exoplaneta Kepler 1658 b está viajando rumo à sua extinção. Segundo os autores, pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian, da Universidade de Harvard, nos EUA, o mundo alienígena está em uma órbita espiral em direção à sua estrela, ou seja, ele está indo para a morte como uma bola de golfe que circula o buraco antes de cair.
Planetas se direcionando à colisão com suas estrelas já foram observados antes. Até mesmo a órbita terrestre pode resultar nisso, daqui a 5 bilhões de anos, quando o Sol envelhecer e se tornar uma gigante vermelha.

Entretanto, os cientistas ainda não haviam observado isso em sistemas cujas estrelas estivessem em estágio tão avançado quanto a que o exoplaneta Kepler 1658 b orbita, segundo apontou Shreyas Vissapragada, astrônomo líder do estudo.
Para determinar que um planeta está caindo em direção ao seu próprio sol, os astrônomos precisam observar durante um longo período o tempo gasto pelo corpo planetário para dar uma volta completa ao redor de sua estrela. Por sorte, o exoplaneta Kepler 1658 b realiza uma órbita bastante rápida, de 3,8 dias, e desde quando foi avistado pela primeira vez, em 2009, os astrônomos já puderam observar mais de mil voltas completas.
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Por que este exoplaneta está se aproximando de sua estrela
Os cientistas acreditam que a causa da órbita espiral em direção ao sol do Kepler 1658 b se deve a interações de maré. Esse efeito é provocado pela interação gravitacional entre dois objetos em órbita. Dependendo da massa, distância e taxa de rotação dos objetos envolvidos, as interações gravitacionais podem ocasionar no afastamento dos corpos, como a Terra e a Lua, ou na aproximação, como no caso do Kepler 1658 b e sua estrela.
“Agora que temos evidências da inspiração de um planeta em torno de uma estrela evoluída, podemos realmente começar a refinar nossos modelos de física das marés” respondeu Vissapragada.
O descoberta de Kepler 1658 b
O Kepler 1658 b foi avistado pela primeira vez em 2009, pelo telescópio espacial Kepler, a 2.600 anos-luz de distância da Terra. Após a aposentadoria do telescópio Kepler, o exoplaneta foi observado pelo Telescópio Hale e depois pelo Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS, na sigla em inglês), que observaram a diminuição do período orbital de 131 milissegundos por ano.
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