Com o propósito de tornar as placas de energia solar mais leves e fácieis de instalar, os engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram novas células solares. 

Esta nova ferramenta pode ser feitas com qualquer material, como lonas de tendas, velas de barcos ou mesmo em “um grande tecido que pode ser colocado sobre um telhado”, segundo Vladimir Bulović, professor de engenharia elétrica no MIT e coautor de um novo artigo sobre o assunto. 

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O atual problema dos painéis solares utilizados é a fragilidade de suas células fotovoltaicas, responsáveis pela conversão de luz em energia. Sem a devida proteção, perdem a eficiência muito rapidamente, com o tempo. Desta forma, é necessário grandes revestimentos que fazem com que cada painel pese, em média, 18 quilos.

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As células do MIT, por outro lado, demandam bem pouca infraestrutura. Como resultado, os painéis têm um centésimo do peso dos tradicionais. Isso porque a equipe de Bulovic encontrou uma maneira de desenvolver células mais finas que um fio de cabelo humano, segundo o The Fast Company Brasil

células solares
A película pesa cerca de 100 vezes menos do que as células solares convencionais. Crédito: Melanie Gonick

Produção de células solares

Sua produção foi realizada por meio de tintas eletrônicas imprimíveis, além de utilizarem uma técnica semelhante à forma como desenhos e imagens são estampados em camisetas.

Primeiro, os eletrodos são impressos em uma folha plástica. Logo após, são colocados sobre uma superfície de pano chamado Dyneema e, ao ser retirado, o tecido incorpora os eletrodos e assim o plástico pode ser descartado.

O tecido usado foi escolhido devido a sua incrível força, já que é um dos componentes utilizados até para fabricar coletes à prova de balas. No ano passado, foram usados para fazer as cordas que puxaram o navio Ever Given, de 200 mil toneladas, que estava encalhado nas margens do Canal de Suez.

Em teoria, o processo poderia ser feito sem a etapa intermediária, ou seja, sem a impressão na folha de plástico. Mas Bulovic explica que isso limitaria a escolha dos tecidos, pois as células teriam que ser impressas em uma superfície perfeitamente plana, o que é incrivelmente raro em nanoescala.

A técnica pode ser aplicada sobre qualquer superfície laminada, como metais também, não apenas plásticos. “Temos uma oportunidade única de repensar a tecnologia solar, seu formato, seu material e a forma como a utilizamos”, diz o professor.

O único problema é que as células solares não são tão eficientes quanto as placas solares. Elas geram cerca de metade da energia por unidade de área, mas, surpreendentemente, 18 vezes mais energia por quilograma. Porém, os engenheiros esperam igualar esta eficiência utilizando outro tipo de célula conhecida como célula solar de perovskita.

“Minha expectativa é que o formato dessas novas células nos permita repensar completamente a forma e a velocidade com que fabricamos e instalamos células solares”, diz o pesquisador. “A longo prazo, acreditamos que será tão rápido quanto imprimir um jornal”. 

Por enquanto a ideia não é trocar os painéis pelas células, mas sim tornar a energia celular mais acessível e portátil, para ser usada em situações que o método tradicional não consegue se adequar. 

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