Milhões de anos de evolução foram necessários para aperfeiçoar os receptores que seres humanos e outros animais usam para identificar odores. Com a ajuda da natureza, cientistas podem ter dado um passo à frente na busca por desenvolver um robô que também seja capaz de sentir cheiros – usando antenas de gafanhoto.

Em um estudo publicado na segunda-feira (16) na revista Biosensor and Bioelectronics, um grupo de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descreve a pesquisa que levou ao desenvolvimento de um robô que pode identificar uma série de cheiros com 10 mil vezes mais sensibilidade do que alguns eletrônicos especializados. 

publicidade

Descrito pelos autores como uma plataforma “bio-híbrida” (ou seja: ciborgue), o robô tem um conjunto de antenas que foram retiradas de um gafanhoto do deserto. Essas antenas se conectam a um sistema eletrônico que mede a quantidade de sinal elétrico produzido por elas quando detectam um cheiro. 

Leia mais:

publicidade

Os criadores aplicaram no robô um algoritmo de Inteligência Artificial que aprende a caracterizar os cheiros por sua saída de sinal. Desta forma, a equipe criou um sistema que poderia diferenciar de forma confiável entre oito odores “puros”, incluindo gerânio, limão e maçapão, e duas misturas de cheiros diferentes. Os cientistas dizem que seu robô poderia um dia ser usado para detectar drogas e explosivos.

Embora seja dito, no vídeo acima, publicado no canal da Universidade de Tel Aviv no YouTube, que o robô é um “pioneiro científico”, pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan já haviam publicado um artigo, em junho passado, detalhando um sistema que usava gafanhotos cirurgicamente alterados para detectar células cancerígenas. 

publicidade

Anos antes, em 2016, outros cientistas também tentaram transformar gafanhotos em ciborgues farejadores de bombas.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!