A Moderna anunciou que sua vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), infecção respiratória comum, mas grave entre crianças e idosos, obteve 83,7% de eficácia em pessoas acima dos 60 anos, público-alvo dos testes. 

Segundo informações do O GLOBO, os resultados abrem caminho para a farmacêutica solicitar às agências reguladoras um aval para uso ainda no primeiro semestre de 2023. Ainda não há vacinas aprovadas contra a doença. 

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De acordo com o InfoGripe, da Fiocruz, o vírus é um dos quatro mais prevalentes hoje no Brasil entre os causadores de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com os Influenza A e B, da gripe, e o Sars-CoV-2, da Covid-19. Conforme o último relatório, o VSR foi associado a 12,6% das síndromes. 

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“O VSR afeta significativamente a saúde de adultos mais velhos e de alto risco, principalmente aqueles com comorbidades. Este estudo ajudará a entender o papel das infecções respiratórias agudas graves em populações de adultos mais velhos e informará a futura implementação de vacinas em adultos em áreas com poucos recursos”, disse Abdullah Baqui, investigador principal do estudo em Bangladesh e professor do Departamento de Saúde Internacional da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, em comunicado. 

Imagem; shutterstock/Jarun Ontakrai

Como funciona a vacina contra o VSR? 

Assim como a vacina da Covid-19 (da Moderna), o imunizante contra o VSR usa a tecnologia de RNA mensageiro (RNAm) para induzir a resposta imune. Diferente das tradicionais, a RNAm não funciona com vírus inativado ou a introdução de parte dele no organismo. A tecnologia é como uma “mensagem” ou código que instrui as células do corpo a produzir determinada proteína. No caso da covid, o imunizante usa o próprio organismo para fabricar a famosa proteína S do coronavírus, induzindo assim o corpo a produzir as células de defesa e anticorpos contra a Sars-CoV-2.  

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O RNAm é alvo de estudos há anos, mas saiu de fato do papel com as vacinas da Pfizer e da Moderna contra a Covid-19. No caso do VSR, a dose foi avaliada em 37 mil idosos de 22 países. 

“As doenças respiratórias são uma grande prioridade de saúde pública, uma vez que têm um impacto significativo na saúde e são uma das principais causas de hospitalização. Por esses motivos, além de nossa vacina candidata mRNA-1345 (para o VSR), estamos comprometidos em desenvolver um portfólio de vacinas respiratórias de RNAm para atingir os vírus mais significativos que causam doenças respiratórias”, disse o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, em nota. 

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Entre outros testes da farmacêutica, há também estudos de RNAm aplicados ao vírus da Zika e HIV. Uma versão pediátrica do imunizante contra o VSR também deve ser testada. 

Recentemente, a Moderna também protocolou um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que sua vacina atualizada contra a Covid-19 fosse autorizada para todos os indivíduos brasileiros a partir dos 6 anos. O imunizante é bivalente (protege contra cepa original e variantes da Ômicron) e já foi autorizado em outros países, como EUA e Europa sob o nome de Spikevax. 

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