Imagem: Shutterstock
Com as mudanças climáticas se intensificando, a conscientização sobre os impactos ambientais em nossa rotina vem aumentando. Estamos refletindo mais sobre onde vamos passar férias, como vamos nos deslocar e o que vamos comer. A origem e o processo de produção daquilo que consumimos também vêm sendo observados com mais atenção.
Leia mais:
Uma forma de medir os impactos de cada atividade é através de uma “matemática do clima”. Em outras palavras, trata-se de medir o quanto de carbono as nossas escolhas estão gerando. No entanto, uma mesma viagem ou atividade que você realiza pode gerar emissões de carbono diferentes. A variação tem a ver com a fonte – ou calculadora – online que você está usando.
A ciência ainda debate como estimar com precisão o impacto de cada ação. E enquanto essa matemática é resolvida, algumas indústrias questionam as estimativas de emissão de carbono, argumentando que elas são injustas.
De alguns meses para cá, o Google revisou os dados apresentados sobre a emissão de carbono no setor aéreo. Apesar da pressão de empresas, o buscador fala que tomou a decisão de forma independente.
Embora algumas companhias aéreas apoiem a rotulagem de emissões como um conceito, elas não estão satisfeitas com o Google – mesmo depois da revisão das estimativas. A National Air Carrier Association, que representa companhias aéreas americanas de baixo custo, afirma que alguns de seus membros pressionaram pela redução que o Google introduziu em julho, mas que continuam de olho no que vem a seguir.
Os grupos comerciais Airlines for Europe, European Regions Airline Association (ERA) e Airlines for America dizem que os cálculos precisam levar em consideração fatores adicionais, incluindo o uso sustentável de combustível de companhias aéreas individuais e compras de compensação.
A ERA argumenta, ainda, que o modelo atual do Google inevitavelmente favorecerá companhias aéreas de baixo custo e aeronaves maiores. Ao mesmo tempo, poderá enganar os consumidores quanto à opção menos poluente.
Críticas semelhantes vieram da indústria da carne desde que o Google anunciou em setembro planos para mostrar um gráfico de emissões de diferentes proteínas. A empresa diz ter visto o interesse do usuário em entender as escolhas alimentares.
O Google trabalhou com a ONU para extrair dados sobre carnes populares e proteínas alternativas de um estudo global realizado por pesquisadores europeus.
A US National Cattlemen’s Beef Association (associação de criadores de gado dos Estados Unidos) não é uma grande entusiasta da ideia. Em comunicado à imprensa, a entidade denunciou “a decisão do Google de influenciar os consumidores contra a carne bovina por meio de seu novo recurso de pesquisa de sustentabilidade que fornece informações climáticas imprecisas sobre a produção de gado”.
Um porta-voz do grupo industrial britânico Agriculture and Horticulture Development Board (conselho de desenvolvimento de agricultura e horticultura) diz que listar apenas os impactos das emissões não é suficiente, porque a sustentabilidade geral e o impacto ambiental dos alimentos também dependem de outros fatores, como preservação da biodiversidade e poluição por pesticidas.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de abril de 2024 16:19