Apesar de muito importante, a Inteligência Artificial (IA) também tem um potencial para uso mal-intencionado por hackers e tem sido utilizada por cibercriminosos para invadir sistemas e roubar dados. Os atacantes revolucionaram a forma como realizam esses golpes, alcançando um alto grau de assertividade por meio de Inteligências Artificiais que aprendem o comportamento dos usuários, planejam e executam o roubo de informações. A internet uniu o mundo físico ao digital e a tecnologia facilitou a comunicação mas, ao mesmo tempo, abriu portas para ciberataques.

Como proteger dados privados dentro de organizações com IA?

A Inteligência Artificial é uma grande tendência para a cibersegurança atualmente e desempenha diversos papéis na proteção de dados e garantia da privacidade de pessoas e empresas.

A IA é capaz de identificar movimentações complexas e quase indetectáveis, além de padrões de fluxos de dados e serviços, com o objetivo de descobrir uma ação suspeita. Quanto mais essa ferramenta trabalha, mais ela aprende, tornando-se capaz de entregar soluções mais precisas e objetivas, aumentando a segurança – mas também os riscos de invasão dentro das instituições.

Ela surgiu como uma ferramenta de aprimoramento de postura de segurança empresarial, entretanto, apesar de ser útil para segurança cibernética, ela também tem sido usada por hackers para invadir as redes de segurança das companhias. Os ataques cibernéticos têm se tornado cada vez mais sofisticados, usando IA, Machine Learning e outras grandes tecnologias. Por esse motivo, a forma mais efetiva de combater um ciberataque é se blindar com a mesma tecnologia utilizada pelos hackers.

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Os cibercriminosos têm inovado e investido em automação para criar novos ataques, cuja detecção por meio de sistemas tradicionais de segurança ficou mais difícil, e essa vulnerabilidade compromete ainda mais os sistemas corporativos, que podem ter dados e informações extraídos e, posteriormente, vendidos.

De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela IBM, o custo médio de uma violação de dados no Brasil é de US$ 1,38 milhão, e o tempo médio para identificar e conter tal problema é de 277 dias. Os cibercriminosos podem estudar e explorar esses dados, bem como se infiltrar por meio de vulnerabilidades nas redes. Para proteger as organizações de ataques desse tipo, é importante incorporar a detecção de anomalias e isolar os sistemas de IA com recursos de segurança que aceleram o desligamento dos sistemas caso algo dê errado.

Portanto, a IA desempenha um papel essencial na segurança cibernética das organizações, pois possibilita uma rápida identificação de vulnerabilidades nos sistemas, reduzindo assim o tempo de resposta e aumentando a cibersegurança da organização, além da eficiência do trabalho.

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Machine Learning e a sua importância contra ataques cibernéticos

O termo Machine Learning (ML) diz respeito ao Aprendizado de Máquina e normalmente é confundido com o termo Inteligência Artificial, porém, são coisas distintas.
Vamos pensar em uma criança, na fase em que começa a imitar os pais, irmãos e amigos. De tanto observar e decorar os movimentos, falas e trejeitos, a criança passa a agir de forma semelhante às pessoas que vivem próximas dela. Conforme essa criança cresce, sua capacidade cognitiva se expande e ela não apenas copia as pessoas ao seu redor, mas desenvolve sua própria personalidade e adquire os seus aprendizados.

Sendo assim, o aprendizado é uma pequena parte da inteligência, da mesma forma que o Machine Learning é uma parte da Inteligência Artificial.

Resumidamente, o Machine Learning é a capacidade das máquinas em aprender de modo autônomo, semelhante aos humanos, utilizando coletas de dados e análises de comportamento para finalmente executar uma ação desejada.

O processo de aprendizado se inicia com uma vasta alimentação do computador, feita por dados e algoritmos e existe uma mudança destes, dependendo do tipo de tarefa de automação necessária. Por exemplo, os algoritmos de aprendizado usados para um aplicativo de geolocalização são distintos daqueles utilizados para um serviço anti-spam.

Os ciberataques acontecem de diversas formas e a Inteligência Artificial busca analisar os grandes bancos de dados, identificar os padrões de comportamento de usuários e apontar desvios desses padrões. Assim, a IA se apoia no Machine Learning para entender essas curvas de segurança e dados para aprender, de forma autônoma, a solucionar ataques, antecipando-se ao erro e evitando grandes perdas de dados privados.
Como proteger redes de ataques cibernéticos
Preocupado com a possível vulnerabilidade de rede no negócio? Aqui estão algumas das melhores práticas para garantir a segurança nas empresas:

1 – Manter a segurança cibernética atualizada

O que isso significa? Atualizar softwares além do sistema operacional, limitar acessos administrativos e outras práticas recomendadas, que mantêm a integridade da rede e melhoram o tempo de resposta a incidentes.

2 – Monitoramento contínuo

O monitoramento da segurança cibernética ajuda a descobrir fraquezas e vulnerabilidades que podem abrir brechas para ataques. As companhias devem estabelecer um plano de monitoramento contínuo para garantir que a rede possa identificar tentativas de ameaças e controlá-las de forma eficaz.
A Inteligência Artificial também é capaz de analisar o comportamento de usuários e recursos da rede, tais como dispositivos, aplicações e outros recursos do ambiente empresarial, detectando se está ocorrendo alguma alteração no comportamento desses itens, como, por exemplo, o uso excessivo de uma aplicação fora do pico comum ou tentativas de acessos não autorizados, além de impedir invasões de cibercriminosos.

3 – Procurar e estabelecer parcerias com empresas especializadas

É essencial contar com o suporte de empresas experts em soluções digitais, que entendem o seu negócio e definem estratégias específicas.
Uma pesquisa desenvolvida pela ManageEngine, chamada “TI no trabalho: 2022 e o futuro”, constatou que 92% dos tomadores de decisões das empresas disseram que sua organização investiu em IA e ML, e o principal uso da IA no Brasil está na automação e na substituição de agentes de suporte, com a segurança logo atrás. A Inteligência Artificial pode aprender uma forma eficaz de emitir alertas, assim como modelar o comportamento típico de interação dos usuários com os sistemas, identificar vulnerabilidades e compreender o que constitui uma ameaça.

Inteligência Artificial e políticas de segurança cibernética

Existe uma certa preocupação quanto à segurança dos usuários e empresas, pois, quanto mais endpoints aderirem à Internet das Coisas (IoT), mais vulneráveis podem ficar a ataques virtuais.

De acordo com a GSM Association, o número de dispositivos IoT ao redor do mundo deve crescer para 25 bilhões até 2025. Porém, essa aderência é inevitável, levando em conta que é um desdobramento natural das novidades e tecnologias lançadas a todo momento, a necessidade de integração de dispositivos e aumento na rapidez da comunicação entre eles.

Conclusão

A Inteligência Artificial é um fator decisivo para que as políticas de segurança cibernética se tornem mais proativas e automatizadas, ganhando assim uma maior assertividade. O esforço de todas as partes é essencial para estabelecer uma estrutura segura de respostas a riscos, e as empresas se tornarão mais preparadas para reduzi-los, utilizando a IA à medida que compreenderem melhor essa tecnologia.

Hoje em dia, a combinação entre segurança cibernética e Inteligência Artificial é indispensável para fortalecer a segurança de qualquer ambiente corporativo ou industrial.]

*Por Tonimar Dal Aba, Technical Manager da ManageEngine no Brasil

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