Nuvens coloridas raras iluminam o céu em imagens impressionantes

Apesar de parecerem auroras, esse show de luzes é graças a incidência de luz solar sobre nuvens de cristais de gelo
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 02/02/2023 08h00
Nuvem arco-íris sobre o Monte Jökultindur, na Islândia, em 25 de janeiro.(Crédito: Jónína Guðrún Óskarsdóttir)
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No dia 25 de janeiro, as pessoas que vivem acima do Círculo Polar Ártico puderam ver um fenômeno impressionante nos céus. Luzes multicoloridas voláteis tomaram conta desses lugares. O fenômeno foi causado por causa de nuvens de cristais de gelo minúsculos que se formaram em camadas mais altas da atmosfera que o normal.  

Essas nuvens se formam na estratosfera inferior, a cerca de 15 a 25 quilômetros acima do solo, quando as temperaturas atingiram 81° Celsius negativos e são chamadas de nuvens estratosféricas polares (PSC). Não é comum a formação de nuvens em altas altitudes como essas, mas quando a temperaturas se abaixam tanto as moléculas de água dispersas começam e se juntar e formar cristais.

O fenômeno acontece em todo o Círculo Polar Ártico, e pode ser observado em lugares como Islândia, Finlândia e Noruega.

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Show de luzes

O show de luz visto nas nuvens é graças ao Sol. Quando a luz solar atravessa os cristais de gelo nas nuvens ele refrate em diversos comprimento de ondas que representam as cores, por isso as PSC também recebem o nome de nuvens arco-íris.

Por causa das nuvens se localizarem na estratosfera inferior, a luz solar pode se espalhar acima de um observador. Isso acontece mesmo que o Sol esteja além do horizonte, e por causa da pouca luminosidade esse é justamente o momento em que as nuvens brilham mais.

Essas nuvens também são conhecidas como nuvens de nacaradas, por causa das cores semelhantes à madrepérola, ou nácar, produzida por moluscos.

Nuvens estratosféricas polares

Existem dois tipos de PSC, as Tipo I são constituídas de minúsculos cristais de gelo e ácido nítrico e podem estar relacionadas ao surgimento de buracos na camada de ozônio, essas nuvens resultam em menos luzes brilhantes no céu.

Já o Tipo II, são formadas apenas por cristais de gelos e produzem cores mais vivas quando a luz solar incide sobre elas. O tipo observado recentemente no Ártico é esse e elas são muito raras de acontecer.

Geralmente as PSC Tipo II, acontecem nos meses mais frios do inverno, apenas duas a três vezes no ano no Ártico. Mas os cientistas acreditam que devido às mudanças climáticas e fenômenos climáticos mais intensos ocasionados por elas, ambos os tipos de PSC podem se tornar mais frequentes.

No entanto, de acordo com a NASA, se mais nuvens do Tipo I se formarem, a camada de ozônio da Terra pode sofrer um grande impacto e alterar completamente a dinâmica do planeta. 

As nuvens arco-íris são frequentemente confundidas com as auroras, mas essas ultima surgem a partir da interação dos ventos solares com a proteção magnética da Terra, a magnetosfera.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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